A informação foi confirmada à Lusa por várias fontes em Varela e Ingoré, para onde foram encaminhadas 16 pessoas, neste momento detidas no quartel militar.

De acordo com um jornalista da rádio Balafon de Ingoré, "duas carinhas cheias de pessoas" e escoltadas por soldados da Guarda Nacional deram entrada ao princípio da noite no quartel.

Fontes em Varela disseram à Lusa que entre os detidos se encontra uma empresária do ramo hoteleiro, de nacionalidade italiana.

As mesmas fontes explicaram que o incidente se deu a meio da tarde quando um grupo de mulheres da aldeia de Nhinquin, onde se situa uma mina de areias pesadas, atualmente a ser explorada por uma empresa chinesa, ateou fogo às instalações.

A mesma ação já tinha acontecido em 23 de janeiro, também protagonizada por mulheres daquela aldeia. Na altura, a empresa GMG Mininig SARL suspendeu as atividades.

Estudos do Governo guineense indicam que na aldeia de Nhinquin, em Varela, existe uma mina de areias pesadas, das quais, após extração, serão aproveitadas o equivalente a 119 mil toneladas de minérios como ilmenite, zircão e rutilo.

Esses minérios são usados nas indústrias metalúrgica e aeronáutica, assim como na indústria nuclear.

Desde o início da exploração das areias pesadas, nos meados do ano 2000, que as populações de Varela têm reivindicado a rejeição ao projeto, considerando o local de exploração de "zona sagrada", onde fazem os rituais da aldeia de Nhinquin.

Fonte da Guarda Nacional disse à Lusa que as pessoas foram detidas para serem ouvidas "sobre as motivações" do incidente que culminou no fogo posto.

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