Esta mensagem foi transmitida por António Costa no discurso que proferiu na sessão plenária da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que decorre em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18.

"Acreditamos que a transição energética justa pode ser sinónimo de crescimento e prosperidade económica. Mas é acima de tudo um imperativo moral: Como líderes [políticos] devemo-la às nossas populações, ao resto do mundo e às gerações futuras", sustentou o líder do executivo português.

Na sua intervenção, António Costa começou por salientar que "a ciência é clara" e a emergência climática "é já uma crise que afeta o mundo" no presente, deixando depois uma advertência: "O drama da guerra na Ucrânia não nos pode desviar da urgência da resposta aos desafios das alterações climáticas".

"Na verdade, as consequências desta guerra têm demonstrado quão necessário é acelerar a transição energética e diminuir a dependência dos combustíveis fósseis. Todos somos afetados pela dramática escalada de preços na energia decorrente desta guerra, deixando milhões em situação de pobreza energética", apontou.

O primeiro-ministro falou neste contexto no caso de Portugal, "que há mais de 15 anos iniciou a aposta nas energias renováveis" e "é um exemplo de como investir cedo na transição garante menor dependência e maior segurança do ponto de vista energético".

"Não podemos recuar nos nossos compromissos. Importa que saiamos de Sharm el-Sheikh com uma visão clara e que nos permita obter resultados das questões da mitigação ao financiamento, passando pela adaptação e revisão das contribuições nacionais. Este esforço tem de ser liderado pelos países desenvolvidos e pelos países grandes emissores", acentuou.

No seu discurso perante o plenário da COP27, António Costa voltou a referir que o Presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, é um fator de esperança por retomar as políticas ambientais de proteção da floresta da Amazónia.

No plano político, o primeiro-ministro insistiu que "o diálogo multilateral é fundamental para atingir os objetivos do Acordo de Paris e encontrar as respostas para fazer face aos desafios globais".

Juntos, podemos caminhar rumo a sociedades neutras em carbono. Sociedades resilientes aos impactos das alterações climáticas. Sociedades que gerem de forma eficiente, circular e sustentável os seus recursos, sociedades movidas por energias renováveis e apoiadas num princípio de transição justa. É esta a sociedade que Portugal deseja construir", acrescentou.

 

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