Quando é que isto se meteu na cabeça dos lisboetas? Resolvemos mesmo agora todos acreditar em conceitos intangíveis como “poluição” ou “alterações climáticas”, foi? Não entendo.

Há estudos que provam que Lisboa tem cerca de 70% de área “pedalável”. Giro. E dos outros 30% ninguém fala? Então, quero ir do ponto A ao ponto B e tenho que largar a bicicleta ao fim de dois terços do caminho e pedir um Cabify. Não me parece que isto tenha cabimento.

Vejo muita gente refilar, e bem, com toda esta situação porque tem criado uma série de problemas aos lisboetas. Por exemplo, as ciclovias, e agora as estações de aluguer de bicicletas, estão a tirar imensos lugares de estacionamento. O Medina, ou seja lá quem for o incompetente que toma estas decisões, devia pensar melhor na quantidade de pessoas que tem dois, três ou quatro carros por agregado familiar que usam individualemente para se deslocar todos os dias.

Mas há mais. Esta modinha de ser amigo do ambiente, de querer poupar bastante dinheiro, de achar que as cidades do futuro se querem é cada vez menos poluídas, prejudica muita gente. Essa é que essa.

É preciso pensarmos nas gasolineiras que vão perder dinheiro, em todas as marcas automóveis, nos ginásios que vão perder clientes, nos gordos que ficam muito transtornados por não concordarem com estas modalidades de locomoção e depois têm de ir comer mais devido ao stress adquirido, nas farmácias que vão vender menos Xanax às pessoas que odeiam profundamente estar no trânsito mas que ao mesmo o amam com a mesma intensidade ao ponto de se deslocarem de carro até em distâncias de 50 metros.

É preciso sermos muito egoístas para só pensarmos no ambiente e na nossa própria carteira e bem-estar.

O que Lisboa realmente precisa é de cada vez mais carros, mais trânsito, mais caos. Não é do caos que vem a ordem? Lá está.

Não vão nas modas. Lutemos contra esta vil tendência da locomoção sustentável na Cidade das Sete Colinas. Precisamente, 7 colinas. Fazem parte daqueles 30% e não merecem ser discriminadas só porque têm inclinação. Se não dá para pedalar na cidade inteira, não se pedala em lado nenhum, por uma Lisboa mais poluída!

Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:

- Com o Humor Não Se Brinca:  Excelente podcast do Fernando Alvim e do Nelson Nunes. Falo agora porque o último episódio sou eu o entrevistado. Mas como é provável que não estejam para me aturar mais, podem lá ouvir outros convidados que são óptimos.

- Sapiens: Não me lembro se já vos tinha sugerido este livro. Caso o tenha feito, fica de novo. É um dos livros mais importantes que já li. Experimentem.