Cara besta, está a contas com um caso de violência doméstica em que é claramente o culpado e deveria pagar pelo que fez? Não se preocupe, temos a solução para si. Quem é que vamos chamar? Cianeto de Moura! Não interessa quão grunho você é, para Cianeto de Moura, todo e qualquer comportamento violento é perfeitamente desculpável!
Cianeto de Moura, desta vez, entrou em ação num caso de um eletricista que, depois de vários anos de agressões, rebentou o tímpano ao soco à mulher. Sim, ao soco, não foi através da reprodução da discografia de Conan Osíris. Foi ao soco. Depois do caso de 2017, da moca de pregos, que valeu uma pesada advertência a Cianeto de Moura, poucos acreditavam que conseguisse erguer-se e voltar a pôr vítimas de violência doméstica em perigo. Mas Cianeto surpreendeu tudo e todos!
Cianeto de Moura decidiu revogar uma decisão do tribunal de primeira instância, alegando que não se tinha pedido autorização ao arguido para lhe colocar uma pulseira eletrónica, pelo que esta lhe devia ser retirada. É que nós, aqui em Portugal, mostramos aos agressores de mulheres como é que elas mordem. “Olhe, desculpe lá, senhor comprovado agressor que ameaçou matar a ex-mulher, será que porventura, se não fosse muito incómodo, isto caso esteja para aí virado, e não tendo nada melhor para fazer, será que lhe poderíamos aplicar uma medidazinha de coação?” A nossa justiça é draconiana, cruel e implacável.
Cianeto de Moura anda por aí, de processo em processo. O seu maior poder é o da relativização: “Não é assim tão grave que dois homens se juntem para bater numa mulher com uma moca de pregos, se ela for adúltera”; “A violência doméstica é um problema, mas agora também qualquer abanão a uma gaja dá cabo da vida de um homem”, entre outros exemplares únicos de desfaçatez.
Sobre este caso de Outubro de 2018, Cianeto de Moura chega a dizer que não revelam uma carga de “ilicitude particularmente acentuada, confinando-se àquilo que é a situação mais comum no quadro geral da violência doméstica”. Portanto, já sabem. Para referência futura, rebentar com um tímpano é quase, quase legal. Desde que chamem o Cianeto de Moura.
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