Portugal candidatou-se a ser país anfitrião da jornada. Ninguém nos pediu, nós quisemos ter este evento dentro de portas e, já se sabia — há muito que se sabe — que não iria custar pouco dinheiro.
A questão do palco pode ser vista de várias perspectivas, num almoço de convívio alguém fazia contas: se cada pessoa, que se envolver na jornada, gastar por dia, 5 euros, e tivermos um milhão de pessoas, chegamos a 5 milhões. Estas contas podem ser vistas de outra forma? Claro, tudo pode ser visto como num caleidoscópio.
A verdade é que estes eventos mundiais são portas de entrada de dinheiro garantidas. Sucede com eventos desportivos. Sucede com a Websummit.
Eu gostaria que me fizessem as contas desta forma: Portugal investe X, as autarquias específicas investem Y, a Igreja Católica investe Z e, no final do evento, o retorno financeiro para o país e para os municípios envolvidos é de... ?
Muitas vezes é preciso investir X para ganhar XZYW e esse investimento compensa largamente. O palco para a Jornadas Mundiais da Juventude, a ser utilizado posteriormente em grandes eventos, significa um ganho de quanto?
Vamos deixar de ter o Rock in Rio na Bela Vista ou outro festival num outro local qualquer de Lisboa e canalizar tudo para este novo equipamento?
Bom, já oiço a malta que vive disto dos espectáculos a barafustar, se não conseguem montar palcos, não ganham dinheiro, não é? É um facto, mas se a cidade investe num equipamento não é para ficar a ver navios, mesmo que a proximidade do rio seja grande.
Por outro lado, se este equipamento obedece às necessidades da Igreja Católica, é mais do que certo que terá de ser adaptado para uma vida futura. E isso custa o quê, a quem?
E, já agora, a quem pertence este putativo equipamento? No fim, se se rentabilizar, quem lucra?
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