Numa reviravolta interna, decido-me pelo discurso apropriado aos concursos mundiais de beleza, com ou sem biquíni, pouco me importa. Quero paz. É o que desejo para todos. Não só nos países onde a guerra destrói vidas e impede as crianças de sonhar com dias melhores, mas também dentro das nossas casas, nas relações sociais que temos.

A pandemia deu-nos esta ideia de que o Outro pode ser um putativo agente de morte, uma agressão, e tornámo-nos mais individualistas. Não demonstramos abertura para debater, para construir diálogos que possam ser produtivos, estamos fechados na nossa realidade e agarrados às redes sociais, em vez de perdermos horas a conversar com quem discorda de nós.

Muitos dirão que seria uma perda de tempo, e talvez seja, em alguns casos; mas se não soubermos conversar, dificilmente chegamos seja onde for.

O contrário da paz é sempre a guerra e pode ter várias dimensões. Promover o diálogo, a delicadeza, a gentileza, uma certa ideia de bondade que não é infantil, é fazível, pode parecer-vos ingénuo, algo cheio de candura; na verdade deveria ser a nossa missão
principal.

Antes de sermos diferentes nas opiniões e ideologias, somos pessoas e só teremos futuro se não nos isolarmos. A paz faz-se em conjunto. A guerra pode ser feita por uma única alma e provocar danos irreparáveis.

Que 2025 seja o ano em que fazemos coisas juntos e optamos pela nossa melhor versão. Merecemos que assim seja.