A maldizer a Europa que claramente desconhece. Outro treinador de bancada. Outra criatura que enche a boca com a palavra liberdade, mas não a honra num estado democrático. Pasmo com estas almas com as quais me cruzo regularmente. 

O descrédito na democracia e o desdém pela política abundam. Proclamar que as eleições são actos inúteis e que o melhor será ir à praia é ofensivo. Bem sei que a democracia é a vivência na pluralidade, e nem todos temos o bom senso de zelar pela mesma democracia, que nos permite a liberdade de pensar o que entendermos, de expressar as nossas opiniões. 

Haverá sempre abstenção, bem sei; contudo, importa sublinhar a importância da participação cívica. Uma ideia simples é esta: quando não queremos fazer parte da decisão, alguém a tomará por nós. Cinquenta anos depois da democracia ainda aqui estamos? 

Um conselho: votem, nestas e em todas as eleições. E este domingo, depois desse dever cumprido – um dever em nome da democracia –, levem o corpo à Feira do Livro, visitem um museu, vejam um espectáculo.