Subir e descer o Parque Eduardo VII, ver todos os stands, espreitar tesouros nos alfarrabistas, assistir a sessões com autores, pedir um autógrafo, encontrar família e amigos. Eis o programa da feira do livro de Lisboa que, com escalas diversas, se replica no resto do país.
Em Lisboa, a feira tornou-se mais do que um espaço para comprar livros, surgem outras ofertas de ano para ano, a melhor, para mim, será a que anuncia farturas gourmet, como se fossem necessário um refinamento do doce popular.
É bom ver tanta gente na feira. É bom saber que há uma Happy Hour com preços mais baratos. É bom ver programações diversificadas que incluem música. A feira é um lugar simbólico de reforço da importância do livro e da leitura.
Precisamos de ler. De saber que estamos a exercitar os neurónios quando aceitamos a proposta de autores com ideias e formas narrativas diferentes. Já o disse e repeti, já o escrevi várias vezes: é crucial uma grande campanha de incentivo à leitura, ou seja, uma estratégia pública e política que tenha em mente o que estamos a perder quando deixamos de ler.
Ver a feira do livro cheia restaura a minha fé nessa urgência de lermos mais para perceber o mundo, para saber quem somos. Um jovem pai contou-me que faz com o filho o mesmo que a mãe fez com ele em pequeno: leva um bloco e uma caneta para a feira, o petiz toma nota dos livros que gostaria de comprar e, no fim da visita, pode adquirir três volumes.
Este pai lê alto para os filhos todas as noites. Quase que me comovi. Ficam as perguntas: já foram à feira? Quantos livros leem por ano? Quais são os vossos autores de eleição? Que livro mudou a vossa vida?
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