A notícia de que a Suécia, a Noruega e a Finlândia distribuem informação sobre o que fazer, em caso de guerra, parece uma ficção para aqueles a quem perguntei se tinham um kit básico de sobrevivência. Na verdade, as únicas pessoas que acabaram por confessar ter kits de sobrevivência foram, em tempos, escuteiros. Perguntei aos senhores do café, a jornalistas, fisioterapeutas, advogados, designers e administrativos, as pessoas com as quais me cruzei. A maioria não tem latas de comida, lanterna, dinheiro vivo (sim, há o risco de um apagão electrónico e as máquinas deixarem de funcionar), para não falar de papel higiénico ou comprimidos de iodo – neste caso, olharam para mim como se fosse uma tola a viver numa fantasia pessimista. Iodo como forma de combater um ataque nuclear?! Que ideia...
Na informação distribuída pelos governos escandinavos está lá isto e mais. Podemos assobiar e pensar no Natal, é uma opção, mas diria que, no estado a que chegámos, será prudente perceber que o mundo nunca esteve tão lixado e que prevenir é melhor que remediar. Portanto, aqui ficam as perguntas básicas: tem água engarrafada em casa? Comida enlatada? Lanterna e pilhas? Dinheiro vivo? Alternativa ao fogão eléctrico ou micro-ondas? Tem comprimidos de iodo? Não encolha os ombros, não custa nada pensar que o que acontece nos filmes não é só ficção. Lembram-se da pandemia? Pronto, agora vão às compras, sim?
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