Inícios, fins, inícios de fins e fins de inícios - Ou porque não acordamos simplesmente borboletas

Margarida Alpuim
Margarida Alpuim

“Não acordas simplesmente borboleta”. A frase não é minha. Encontrei-a num livro de uma amiga e tenho-a usado em vários contextos desde aí. Hoje pensei: porque não trazê-la para aqui também? O dia presta-se a isso, parece-me. Ora acompanhem-me neste raciocínio.

Hoje é dia de inícios, de fins, de tentativas de reinícios, de questionamento das origens da vida...

Não precisamos de ir mais longe. Hoje é domingo, fim do fim de semana e já cheira a início de mais cinco dias úteis — de trabalho para uns, de férias para outros, ou folga, no meu caso, depois de ter estado aqui a contribuir para que a atualidade chegasse até si durante estes dois dias (esta informação ainda vai ser útil mais à frente, prometo).

Hoje é também o dia em que se faz o balanço de mais um Vodafone Paredes de Coura. A Rita Sousa Vieira transporta-nos, através do seu olhar, até ao ambiente que se viveu no festival ao longo dos últimos quatro dias. Uma declaração de amor em 40 fotos do “Couraíso”.

Diretamente desta vila minhota saltamos para o Universo. Convido-o agora a desafiar todas as teorias que tenha aprendido sobre as origens da vida. Na verdade, quem o faz não sou eu. É Miguel Ribeiro, um médico que publicou recentemente um livro onde tenta demonstrar que “o universo está impregnado de intencionalidade”. Intrigado? A Rute Sousa Vasco ajuda-nos a perceber as principais ideias aqui: “Nem Deus, nem Darwin. E se o universo resultar de um programa como se fosse um computador?”.

Se há inícios que aconteceram há muitos milhões de anos, há reinícios de vida que esperam autorização para acontecer. Mais de cem pessoas estão no mar Mediterrâneo, a bordo do barco Open Arms, há 17 dias à espera para desembarcar. A situação, diz o porta-voz da ONG, está a tornar-se “insustentável”, colocando em risco a saúde e a vida destes migrantes. Quando chegará o fim deste impasse — e que forma tomará ele?

Por cá, o fim tão aguardado: depois de sete dias, a greve foi desconvocada pelo sindicato de motoristas de matérias perigosas. Embora considerem que estão reunidas as condições para negociar, os motoristas deixaram a ameaça de nova greve caso a Antram se mostre "intransigente” na reunião de terça-feira. O Governo agendou hoje um encontro para dia 20 que vai sentar à mesa patrões, sindicato e governantes. Os últimos sete dias foram assim.

Antes de terminar, como prometido, a minha folga de amanhã — irrelevante para todo o cidadão que não eu — será preenchida por um programa que me leva a deixar duas sugestões.

1. Para quem gosta de andar de bicicleta, o percurso junto à marginal, desde Lisboa até ao Guincho é uma excelente opção. Temos ciclovia ao longo de quase todo o caminho!

2. Uma possível banda sonora para acompanhar o passeio, muito em linha com o tema deste dia, é a lista de músicas que criei para uma amiga em fase de transições e a que chamei “Metamorfoses”. Inclui temas como “Metamorfose ambulante” (de Raul Seixas), “Changes” (de David Bowie) e “Quis mudar” (de Tim Bernardes - que vem a Portugal em setembro).

Ficam os desejos de uma boa semana e de uma boa vida, num caminho que se faz do casulo às asas (ou vice-versa, porque as metáforas permitem-nos ser o que quisermos). O meu nome é Margarida Alpuim e hoje o dia foi assim.

(Resumo atualizado às 20h33 - A greve foi entretanto desconvocada)

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