Expectativas. Da literatura ao frigorífico

Tomás Albino Gomes
Tomás Albino Gomes

Quando recebi no telemóvel a notificação a dar conta de que o Nobel da Literatura tinha ido para a polaca Olga Tokarczuk e o austríaco Peter Handke, pensei: “e ainda não foi desta que o Lobo Antunes ganhou”.

A nossa vida é minada de expectativas. Algumas, recorrentes, com que nos confrontamos ano a ano, outras quando nos espetam à frente um artigo sobre algo óbvio que nos faz escavar até ao fim da prateleira do nosso frigorífico em busca de alguma redenção.

Se a primeira alimenta uma bela rivalidade - e vai valendo declarações como “Saramago é uma merda... Se me quiserem comparar com alguém ponham lá o Antero, o Herculano, ponham assim um escritor” -, a outra é uma chapada de luva branca, refletida naquele tupperware com as sobras do jantar de segunda-feira que ficaram esquecidas ou daqueles pêssegos e laranjas que apodreceram na fruteira.

Falo do artigo do António Moura dos Santos sobre desperdício alimentar, sobre uma nova vida que estes alimentos condenados ao caixote do lixo tiveram no “Restaurante Sem Comida”. E no fundo, sobre outra expectativa, esta universal, de que sejamos melhores, capazes tantas vezes de não ceder à gula, de não cair na preguiça. Tantas vezes.

Devo confessar que este era para ser um artigo sobre outro tipo de expectativas, sobre a chegada do Chega! ao Parlamento e sobre o caso Tancos, mas os nossos cronistas e a atualidade que fez o dia falaram melhor do que eu sobre estes temas.

Felizmente, sobre amanhã, há expectativas para dar e vender com a atribuição do Prémio Nobel da Paz. As casas de apostas colocam na corrida Greta Thunberg, Papa Francisco, Donald Trump e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Mais tarde, às 19h45 há jogo: Portugal Vs. Luxemburgo. O jogo é de apuramento para o Euro 2020, uma competição em que a presença de Portugal não está garantida, depois de um arranque a meia velocidade com dois empates caseiros, diante da Ucrânia e Sérvia.

Sugestões:

Sobre os ataques turcos na Síria, relembro uma entrevista do Pedro Botelho a Tim Marshall, autor do livro "Prisioneiros da Geografia" que ajuda a perceber de forma clara como é que a geografia dos sítios (mares, montanhas, ...) tem vindo a condicionar decisões e política internacional.

Amanhã estreia o filme “El Camino”, sequela da série Breaking Bad. Sintonizem-se na Netflix.

Eu sou o Tomás Albino Gomes e hoje o dia foi assim.

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