Não somos todos Centeno, mas o Orçamento quando nasce é para todos

Rute Sousa Vasco
Rute Sousa Vasco

Hoje foi dia de debate no SAPO24 sobre o tema do momento: orçamento para 2020. Uma conversa entre Susana Peralta, e João César das Neves, aluna e professor, que bisaram o que há tinham feito em 2018. E que foi basicamente conversar, provocar, argumentar e desmontar a ideia de que o orçamento é algo chato, hermético, inacessível aos comum dos mortais. O Orçamento do Estado tem as costas largas, mas é tudo menos aquilo que alguns políticos procuram fazer dele - e isso percebe-se ao ouvir estes dois professores de Economia a debater.

Este é, por excelência, o momento do ano em que quem lidera o país apresenta as suas ideias. Acaba por ser aqui, muito mais que nos programas eleitorais, que conhecemos quais são efetivamente as prioridades patentes na forma como vai ser gasto, e onde vai ser angariado, o dinheiro com que vivemos.

Que é tudo menos uma tarefa fácil. Uma das dificuldades de quem tem a missão de elaborar o Orçamento do Estado reside na gestão do calendário político. É a parábola do eucalipto e do carvalho, ou das opções a curto e a longo prazo. A curto prazo, o Governo, qualquer governo, tem de responder às pressões mais urgentes da sociedade.  A longo prazo, os (bons) políticos sabem que devem antecipar problemas que serão tanto melhor resolvidos quanto houver pensamento e soluções atempadas.

No contexto atual, um dos problemas efetivos que podem ser antecipados passa pelo envelhecimento da população e pela automação de um conjunto de funções que eram ou ainda são desempenhadas por humanos. Resolvê-lo implica mexer em todo o mikado da demografia: temos menos filhos, precisamos de imigrantes para contribuir para a nossa taxa de natalidade, vivemos mais tempo e a idade ativa tende a prolongar-se, quer por razões de sustentabilidade da segurança social, quer por razões da mudança de comportamentos face ao envelhecimento.

Sobre este último ponto, alguns exemplos fora de Portugal podem ajudar-nos a pensar mais como “carvalhos” e menos como “eucaliptos”. Na Finlândia, há avós reais a substituir ou complementar o papel de creches no cuidado infantil. Nos Estados Unidos, empresas como a McDonald’s  estão a contratar trabalhadores mais velhos para funções que vão da caixa à gestão da loja. Por cá, continuamos apenas a discutir a idade de reforma e não que tipo de vida e de sociedade ambicionam as gerações que irão reformar-se nos próximos anos.

Em destaque hoje o mau tempo. O vento assobia, a chuva fustiga e de norte a sul do país a noite será de inverno rigoroso como já tinha sido antecipado pela meteorologia, Não sei exatamente quando aconteceu este fenómeno de ficarmos tão sensíveis às condições climatéricas, talvez tenha sempre sido assim, agora apenas temos mais avisos prévios. E eles aí estão.

Além do mau tempo que se prolongará até sábado, pode também contar com a intensificação do espírito natalício. Jantares de Natal, compras de Natal, organização da ceia de Natal, está tudo à porta. Não  fique ansioso e sobretudo não desespere com compras e correrias - em primeiro lugar, porque não é disso que se trata, em segundo porque amanhã prometemos uma lista de sugestões para que possa oferecer prendas ajudando uma série de causas que representam o ano inteiro aquilo que no Natal celebramos.

O meu nome é Rute Sousa Vasco e hoje o dia foi também assim.

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