Danielle já nem é bem um furacão e as medidas ficam também para depois

Rute Sousa Vasco
Rute Sousa Vasco

Se olharmos o mundo através dos media, é fácil acreditar que desde ontem há um único acontecimento a dominar as agendas que é a morte da rainha Isabel II de Inglaterra. O ciclo de notícias de 24 horas, a que é difícil ser imune, assim o dita e gera esse sentimento de haver um único epicentro da nossa atenção.

Jornalistas e leitores sabem que não é verdade, mas nestas ocasiões a perceção é mais forte do que a realidade – e quando televisões, rádios e jornais do mundo inteiro se sincronizam na transmissão da comunicação do agora rei Carlos III, o sentimento de “evento planetário” é evidente.

Mas, a vida continua, cá como no resto do mundo. Nos governos de José Sócrates, havia uma espécie de profecia autoproclamada que em dia de jogo do Benfica ou de evento climático extremo, existiriam anúncios importantes. E porque jogava o Benfica ou nos preocupávamos com o estado do tempo, pouca atenção se dava ao resto.

As últimas 24 horas não contemplaram jogos dos encarnados, apesar de também contarem com eventos climáticos – o furacão Danielle que se aproxima de Portugal,– mas o executivo de António Costa fez mais anúncios do que não ia anunciar do que propriamente de decisões efetivas. E não esteve sozinho nisso.

- Na quinta-feira, dia 8 de setembro, o Governo ia anunciar o plano de poupança de energia, mas afinal só será divulgado mais tarde porque foram feitas alterações. Serão medidas de redução do consumo de energia com caráter obrigatório para a administração pública, com recomendações para administração local e setor privado, segundo o ministro Duarte Cordeiro, mas fica para mais tarde saber exatamente quais.

- Também em sede de Conselho de Ministros foi aprovado o decreto-lei que estabelece a criação da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas sobre o nome que irá liderar o organismo, ficou também para depois.

- A Comissão Europeia alinhou nesta tendência de anunciar anúncios e deu a conhecer hoje que vai propor “medidas sem precedentes na próxima semana para uma situação sem precedentes”, segundo a comissária europeia da Energia, Kadri Simson. Fica para a semana.

- O que não ficou para depois, apesar de já ter passado mais de uma semana desde que Marta Temido apresentou a demissão da pasta da Saúde, foi a nomeação do sucessor que foi anunciado hoje. É ele Manuel Pizarro, médico, eurodeputado pelo PS, ex-Secretário de Estado da Saúde e candidato socialista às autárquicas do Porto em 2013.

É dar tempo ao tempo.

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