Invicto, europeu, goleador e uma fábrica de fazer milhões

Tomás Albino Gomes
Tomás Albino Gomes

A vitória do SL Benfica sobre a Juventus (4-3) esta terça-feira no estádio da Luz, que garantiu o apuramento da equipa portuguesa para os oitavos-de-final da competição, tem muito para contar. Afinal, não é todos os dias que uma equipa arranca a temporada com 16 vitórias (duas delas sobre a Velha Senhora, uma sobre FC Porto) e quatro empates (dois deles na Liga dos Campeões diante do Paris Saint-Germain).

A equipa de Roger Schmidt tem tido a capacidade de levar ao céu até os adeptos mais céticos. Com um futebol ofensivo, a inclusão na equipa principal do jovem António Silva, central que esta noite se estreou a marcar de águia ao peito, o mais novo de sempre na sua posição a fazê-lo pelo Benfica na Champions, a recuperação do amado e desaparecido Florentino Luís, um primeiro lugar no campeonato e exibições de gala, tem sido difícil para um benfiquista estar insatisfeito.

Mas vamos a números que atestam o dito por não dito. Esta é apenas a sétima vez, em mais de 100 anos de história, que o clube consegue um período de invencibilidade tão longo. No entanto, o técnico alemão ainda está ainda a 11 jogos de igualar o recorde de 31 encontros consecutivos sem perder estabelecido na temporada 1959/60, temporada de antecâmara para o dupla conquista da Taça dos Campeões Europeus. A equipa era então treinada por Béla Guttmann, o histórico húngaro que viria a amaldiçoar o Benfica, ao afirmar que, sem ele, o clube nunca mais venceria um título europeu. Um premonição que ainda hoje se verifica.

A última vez que o clube se tinha mantido invencível por um período tão longo foi em 2011/12, a terceira época de Jorge Jesus no Benfica. Naquela temporada, os encarnados não perderam nos primeiros 22 jogos. Apesar do bom futebol praticado, o ano esteve longe de ser de sonho: os pupilos do português conseguiram apenas erguer a Taça da Liga, tendo ficado em segundo lugar na liga e não indo além dos oitavos da Taça de Portugal. No entanto, conseguiram um bom desempenho na Champions ao alcançarem os quartos-de-final, fase onde seriam eliminados pelo Chelsea que se sagraria campeão europeu pouco tempo depois.

Voltando ao presente, esta época, o Benfica pode bater o recorde de pontos conquistados na fase de grupos da Liga dos Campeões: 12. Para igualar o registo, basta não perder na última jornada, frente ao Maccabi Haifa. Para superar, será preciso vencer os israelitas.

A liderança do grupo ainda é também um sonho alcançável. Depois de ter tirado à Juventus a possibilidade de um futuro na liga milionária, os encarnados precisam de fazer um resultado melhor que o PSG diante dos italianos. Ou, em caso de igualdade de resultado, fazer mais golos e sofrer menos para superar a diferença de mais quatro golos dos franceses. O contexto é altamente competitivo, uma vez que tanto a Juve como o Maccabi vão estar a jogar pela continuidade na Europa do futebol.

Este Benfica também é uma fábrica de fazer milhões. Só nesta edição da Liga dos Campeões, as águias já arrecadaram quase 50 milhões de euros. A chegada à fase de grupos da competição rendeu 38,48 milhões de euros, as três vitórias que já somou garantiram mais 8,4 milhões (2,8 milhões de euros por cada vitória) e os dois empates diante do PSG valeram 1.86 milhões de euros (930 mil euros cada). No total, a equipa da Luz somou 48,74 milhões de euros, um valor superior à venda de Ederson ao Manchester City (40 ME) ou de Renato Sanches (35 ME) ao Bayern Munich.

Por último, o Benfica de Schmidt tem-se estabelecido como uma formação goleadora. Em 10 jogos no estádio da Luz esta temporada, soma uma média de 3,2 tentos por 90 minutos. Na liga portuguesa soma 24 golos, na Liga dos Campeões 10. A maioria dos golos distribuem-se entre Gonçalo Ramos (10), Rafa (9), João Mário (7) e David Neres (5).

Sem conquistar um único título desde 2019, aquele que é o clube com mais títulos nacionais, até onde pode ir este Benfica que joga bem, marca muito e não aparenta ter medo de ninguém?

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