O PCP questionou esta segunda-feira o Governo sobre a substituição dos estivadores precários do Porto de Setúbal por outros trabalhadores, para carregamento de um navio com automóveis da Autoeuropa, e sobre a eventual retirada da concessão à empresa turca Yilport.
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, convidou hoje 13 entidades para aquela que será a primeira reunião entre o Governo, a administração do Porto de Setúbal e os sindicatos para discutir a situação dos estivadores.
O primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira que "era desejável" que no Porto de Setúbal pudesse haver um diálogo social normal como nos outros portos do país e não caracterizado pelo "tipo de atuação que lá tem existido".
O PCP de Setúbal exigiu esta sexta-feira a intervenção do Governo para acabar com a situação abusiva de trabalho precário no porto de Setúbal e considera que, se necessário, há razões para o resgate das concessões dos terminais portuários.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu esta quinta-feira que tem "acompanhado permanentemente, com atenção e com preocupação", o conflito laboral no porto de Setúbal, esperando um "bom desfecho", apesar de não querer comentar processos específicos.
A Autoeuropa recebeu garantias do Governo para a realização de um carregamento de automóveis que deverá realizar-se na quinta-feira, mas que não deverá ter a colaboração dos trabalhadores precários que costumam exercer a atividade do porto de Setúbal.
A coordenadora do BE defendeu hoje que, no diferendo no porto de Setúbal, "a pressão toda deve ser sobre as empresas que não estão a cumprir a lei e que querem abusar", lembrando que "não se trabalha ao dia".
A empresa para quem trabalham os estivadores do porto de Setúbal em greve desde o início do mês concorda com o Governo, que pede urgência na redução de trabalhadores precários neste setor, mas diz que só pode contratar 30 funcionários.
A ministra do Mar deu instruções ao IMT-Instituto da Mobilidade e Transportes e APSS-Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra para a correção urgente das "disfunções" no porto de Setúbal, em carta a que a Lusa teve hoje acesso.
O Governo está em contacto com a Autoeuropa para assegurar que o escoamento da empresa continua apesar da greve no Porto de Setúbal, disse hoje à agência Lusa o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira.
A Autoeuropa tem a entrega de mais de 8.000 veículos produzidos na fábrica de Palmela atrasada, e está a recorrer a portos alternativos a Setúbal, devido à paralisação dos trabalhadores eventuais iniciada no passado dia 5 de novembro.
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal - CIP, António Saraiva, afirmou hoje que a greve no Porto de Setúbal “está a atingir dimensões insustentáveis” por estrangular o escoamento dos produtos portugueses, num país que está “carente de exportações”.