Numa "declaração institucional" por duas vezes adiada durante o dia de hoje, Carle Puigdemont assumiu que ponderou convocar eleições antecipadas, mas diz não ter reunido garantias por parte de Madrid. O presidente da Generalitat passa agora a decisão da independência ao Parlamento.
Vários membros do governo independentista catalão estão a pressionar o presidente Carles Puigdemont no sentido de convocar eleições regionais antecipadas e, assim, evitar uma intervenção iminente na autonomia da Catalunha, informou uma fonte ligada ao dirigente.
O governo espanhol poderá iniciar hoje o processo que culminará numa suspensão da autonomia da Catalunha, caso o presidente regional catalão, Carles Puigdemont, evite, pela segunda vez esta semana, clarificar que afasta uma declaração de independência da região.
O chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, advertiu hoje o presidente do governo catalão que ele será “o único responsável pela aplicação da Constituição”, referindo-se à suspensão da autonomia da Catalunha (artigo 155.º), na resposta a Carles Puigdemont.
O Governo espanhol não considera válida a resposta dada pelo chefe do executivo regional da Catalunha à pergunta sobre se declarou a independência da região, disse esta manhã o ministro da Justiça espanhol, Rafael Catalá.
O ministro espanhol dos Assuntos Exteriores, Alfonso Dastis, disse hoje que o discurso do presidente do governo autónomo da Catalunha não foi uma declaração de independência e lembrou que o executivo espera uma resposta clara antes de atuar.
O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, tem previsto hoje comparecer no parlamento catalão, numa sessão que servirá, oficialmente, para analisar os resultados e efeitos do referendo catalão, mas que poderá resultar na declaração formal e unilateral de independência.
Na Catalunha, a situação é muito mais complexa do que parece à primeira vista e as habituais divisões entre esquerda e direita, que costumam ser usadas para explicar tudo, não se aplicam neste caso.
O presidente catalão, Carles Puigdemont, insistiu que aplicará “o que diz a lei” catalã do referendo, suspensa pelo Tribunal Constitucional, que prevê a declaração da independência após o anúncio dos resultados oficiais do referendo de 01 de outubro.
O presidente do governo catalão criticou hoje o "uso injustificado, irracional e irresponsável da violência por parte do Estado espanhol", que o "envergonhará para sempre", mas "não deterá o desejo dos catalães de poder votar pacífica e democraticamente".
O último líder político que proclamou a independência da Catalunha, Lluis Companys, acabou fuzilado, pelos homens de Franco, na fortaleza no parque natural de Montjuic, em Barcelona. Aconteceu em 1940. A rebeldia catalã foi punida pela ditadura da Castela franquista com total supressão de autonomia.