O Patient Innovation prova que não é preciso ser médico ou cientista para trazer novas ideias ao mundo e ajudar pacientes. No Patient Innovation Bootcamp, juntam-se doentes e cuidadores informais a mentores da área médica para desenvolver soluções inovadoras que ajudem a lidar com as condições de saúde das pessoas.
Este programa europeu de inovação e empreendedorismo começou há seis anos com a vontade de Pedro Oliveira partilhar online as soluções que pacientes com vários problemas clínicos encontraram para minimizar a sua condição - ou até resolvê-la. Helena Canhão, médica e professora na Nova Medical School, juntou-se ao projeto e é hoje uma das líderes do Patient Innovation. Até agora, mais de mil soluções foram encontradas e mais de 80 países envolveram-se.
Se não há solução, cria-se uma
Onze equipas de empreendedores de dez países participaram na primeira semana do Patient Innovation Bootcamp, que teve lugar em Lisboa. De 31 de agosto a 4 de setembro, o evento contou com equipas onde está envolvido, sempre, pelo menos um paciente ou cuidador informal.
Durante os cinco dias, da primeira de três semanas imersivas deste Bootcamp de inovação, os participantes da Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, França, Alemanha, Turquia, Reino Unido, Espanha e Portugal foram desafiados a desenvolver os “aspetos médicos, regulatórios e tecnológicos das suas inovações”. Com o apoio de especialistas da Patient Innovation, NOVA Medical School, NOVA School of Business and Economics e Glintt, passaram a fase da validação médica e tecnológica, em que foram avaliadas as soluções propostas e a sua adequação ao mercado, especificamente para o mercado da saúde.
As soluções das onze equipas deste ano incluem aplicações móveis e novos objetos tecnológicos.
Entre as ideias estão a aplicação móvel AppDermis, desenhada para ajudar doentes com eczema a gerir a sua doença; um par de óculos inteligentes, os Biel Glasses, que usam tecnologia de visão 3D e Inteligência Artificial para melhorar a mobilidade e a autonomia de pessoas com perda de visão e o WeWALK, um adaptador inteligente para bengalas brancas, que identifica obstáculos e que está munido de um sistema de navegação, para invisuais.
Outras aplicações móveis são a Happyr Health, que, ao usar técnicas de Terapia Cognitiva Comportamental, auxilia crianças que sofrem de enxaquecas e a On Wheels, que agrega informação sobre as condições de acessibilidade de estabelecimentos e locais públicos, para pessoas com mobilidade reduzida.
Afinar os projetos para seguirem para o mercado
Durante os três meses do Bootcamp, as equipas são acompanhadas por cinco mentores com conhecimentos na área de criação de soluções médicas e de introdução dessas soluções no mercado.
A próxima fase do Bootcamp, de 14 e 18 de setembro, é em Barcelona em modelo e-learning, e vai servir para as equipas desenvolverem o seu modelo de negócio e investigar o potencial de mercado da sua solução - com o apoio do IESE Business School e Biocat, um projeto da Catalunha que junta ciência e vida.
Na semana seguinte, em Copenhaga, as equipas desenvolvem os seus protótipos apoiados por e-learning e mentores especializados dos três países, de maneira a que, no final do programa, as inovações possam ser lançadas no mercado. Nesta altura, contam com o apoio dos especialistas da Copenhagen Business School, da Universidade de Copenhagen, da Smile Incubator (Lund) e do Walk to Path.
Chegadas a novembro, todas as equipas vão participar no EIT Health Bootcamp Tour, em que todos os participantes do Bootcamp participam em diferentes workshops e momentos de networking.
O Patient Innovation é “a voz da comunidade global”
O Patient Innovation Bootcamp é organizado por um consórcio europeu que envolve instituições portuguesas, espanholas, dinamarquesas e suecas, incluindo a Nova SBE, a faculdade de “Business & Economics” portuguesa, a Copenhagen Business School, IESE Business School, Imperial College, Lund University e a Patient Innovation, entre outros.
O Patient Innovation é uma “plataforma aberta” para pacientes e cuidadores “com qualquer doença ou geografia” para partilhar soluções que desenvolvem para os ajudar a lidar com os desafios que surgem da sua condição de saúde.
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