Craig Kelly abandonou o Partido Liberal para se tornar independente, depois de se aperceber que a sua página de Facebook tinha mais notoriedade que a do primeiro-ministro ou que as de outras figuras públicas na área da saúde. Kelly divulgava conteúdo controverso sobre a segurança de vacinas, medidas de contenção e chegou até a promover tratamentos não suportados científicamente para combater o novo coronavírus.
Em fevereiro de 2020, os seus vídeos publicados na conta do Facebook foram vistos seis milhões de vezes e as suas publicações geraram cerca de cinco milhões de interações, segundo a ferramenta de análise de redes sociais CrowdTangle.
O Facebook disse que tinha removido permanentemente a página daquele político por violar repetidamente as suas regras. De acordo com a plataforma digital, a página também desrespeitou as políticas de desinformação.
“Não permitimos que ninguém, incluindo políticos eleitos, partilhe informações falsas sobre a covid-19 (…) ou sobre vacinas contra o coronavírus que tenham sido refutadas por peritos de saúde pública”, disse um porta-voz do Facebook.
O político comparou a decisão da plataforma à censura e a um atentado aos princípios da liberdade de expressão. Referiu tratar-se da “página política mais popular e altamente utilizada do Facebook no país”.
“Estas pessoas são os herdeiros daqueles que costumavam andar por aí a queimar livros, porque foi efetivamente isso que fizeram”, contestou.
Craig Kelly apoiou certos tratamentos covid-19 que não são indicados pelas autoridades médicas australianas e chegou mesmo a referir na sua página que forçar as crianças a usarem máscaras era uma forma de abuso infantil.
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