"O cartão de cidadão contém uma parte visível, com toda a identificação civil, e uma componente eletrónica - um chip que engloba os dados biométricos dos titulares, como as impressões digitais, a fotografia e a altura, para além de outras informações, como a morada", disse à agência Lusa a investigadora do INESC TEC Ana Rebelo, uma das responsáveis pelo projeto.

Segundo explicou, essa componente permite que o utilizador do cartão de cidadão faça a sua identificação perante os sistemas informáticos e assine documentos eletrónicos, possibilitando ainda que seja feita a correspondência entre o portador e o titular do cartão de cidadão, através da impressão digital.

Esta tecnologia, continuou a investigadora, desenvolvida pelo INESC TEC a pedido da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) - entidade responsável pela produção de documentos de segurança -, já está incorporada nos cartões de cidadão que estão a ser emitidos.

Até ao momento da incorporação desta nova tecnologia, a INCM utilizava nos cartões de cidadão "uma solução de uma empresa que obrigava ao uso de determinados equipamentos proprietários", contou Ana Rebelo.

De forma a "garantir custos mais reduzidos na utilização da funcionalidade do cartão, a INCM precisou de um algoritmo próprio de biometria", uma "solução nacional para a identificação biométrica, através das impressões digitais".

Ana Rebelo acrescentou que esta nova tecnologia, que demorou cerca de dois anos a ser desenvolvida, foi "validada exaustivamente", em conjunto com a INCM, tendo apresentado melhores resultados quando comparada com a solução anterior, tanto ao nível da rapidez como da segurança.

De acordo com a investigadora, o INESC TEC foi escolhido pela INCM para desenvolver esta solução devido ao conhecimento que o instituto detém na área de visão por computador e de engenharia de ‘software', algo "que é já reconhecido internacionalmente, com diversas parcerias e projetos com outras empresas".