“Nós estamos em contacto diário com o evento. Sabemos aquilo que foi o caso de um comentário feito sobre geopolítica, de alguém que tem responsabilidades, mas que não é a Web Summit”, afirmou o autarca social-democrata.

As declarações de Carlos Moedas foram feitas esta manhã em Lisboa, à margem da apresentação da 1.ª etapa da Volta a Espanha, depois de ter sido questionado pelos jornalistas sobre uma publicação nas redes sociais do cofundador da Web Summit Paddy Cosgrave a propósito do conflito entre Israel e o Hamas.

Paddy Cosgrave escreveu em 13 de outubro na rede social X (antigo Twitter) uma publicação que deu origem a várias críticas.

“Estou impressionado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com a exceção particular do Governo da Irlanda, pela primeira vez estão a fazer a coisa certa. Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são”, disse Paddy Cosgrave em alusão ao conflito.

Na sequência da publicação, várias empresas anunciaram que iriam cancelar a participação no evento, que decorre entre 13 e 16 de novembro em Lisboa, situação que levou Paddy Cosgrave a demitir-se de presidente executivo (CEO) da Web Summit.

Entre as empresas que anunciaram o cancelamento estão a Amazon, Meta, Google, Intel, Siemens e investidores israelitas.

Comentando esta manhã a polémica, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa reiterou o que já tinha dito no fim de semana, insistindo que a Web Summit é um evento de inovação e de tecnologia e não geopolítico e assegurou que está “empenhado para que tudo corra bem”.

“Eu gostava muito e penso que é importante para Lisboa que o evento corra bem. Portanto, farei tudo para que isso aconteça. Como presidente da Câmara de Lisboa é o meu dever”, afirmou.

Na terça-feira, em comunicado, o Ministério da Economia e do Mar garantiu que o Governo se mantém “empenhado” na realização da Web Summit, adiantado que contactos efetuados com diferentes parceiros do evento mostram haver condições para que este decorra com normalidade.

“Dando cumprimento ao acordo celebrado com o Web Summit, o Governo mantém-se assim empenhado na realização do evento, nesta e nas próximas edições, e tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto”, referia a nota.

A Web Summit vai decorrer em Lisboa de 13 a 16 de novembro, sendo esperadas 2.600 ‘startups’ e cerca de 70 mil participantes.