Imagine um berbequim. É provável que tenha um em casa, é provável que o tenha comprado quando precisou de fazer alguma pequena obra doméstica. Quantas vezes o usou? Três, quatro? Muitos de nós estarão neste padrão de consumo, não apenas com o berbequim, mas com um conjunto alargado de objetos cuja utilização não sendo diária dispensa a sua propriedade. É por isso que uma das premissas da economia circular é precisamente uma mudança da cultura de proprietário para utilizador e de produto para serviço. Uma mudança em que todos saem a ganhar.

“Hoje não podemos falar de economia sem falar de sustentabilidade”, afirmou em entrevista ao SAPO24, Miguel Aranda da Silva,  diretor para a Área de Resíduos da Veolia. Na opinião do gestor, é decisiva a atuação dos consumidores na mudança em curso porque são eles que, ao mudar hábitos, "podem forçar o tecido empresarial a adotar as práticas corretas".

Cristina Sousa Rocha, investigadora do INEG, recuperou uma frase usada por Inês Costa, Adjunta do Ministro do Ambiente na sessão dedicada a economia circular no TechDays: “reciclagem é o pior do melhor”, que significa basicamente que "“quando chegamos à reciclagem já se perdeu muito”. Na prática, o que a economia circular propõe é que se olhe para o ciclo de vida dos produtos de forma a poder prolongá-lo porque "é mais interessante do ponto de vista ambiental e económico".

Associada a esta mudança está uma ideia de base em que os consumidores passam a ser utilizadores - não têm de ser proprietários, precisam é de usufruir de um dado produto. O que significa passarmos de “uma cultura de produto para uma cultura de serviço”, explica Miguel Aranda da Silva.

Um contexto onde a tecnologia desempenha um papel fundamental, nomeadamente a associada à internet das coisas que permite que "os objetos tenham uma história".

A economia circula foi um dos temas em debate no TechDays, em Aveiro, entre 11 e 13 de outubro. Uma conferência que teve a apresentação inicial a cargo de Inês Costa, Adjunta do Ministro do Ambiente, e que contou com a participação de Cristina Rocha, investigadora do INEG, Hermano Rodrigues,  consultor de Estratégia da EY, Pedro Sarmento, assessor em Consultoria Interna na The Navigator Company, Miguel Aranda da Silva, diretor para a Área de Resíduos da Veolia, tendo o encerramento da sessão sido entregue a Ana Abrunhosa, presidente, CCDR-Centro. A moderação do debate foi de Victor Ferreira, presidente do Cluster Habitat Sustentável.

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