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A dama que dominou o Xadrez

Um tabuleiro com 64 quadrados pretos e brancos. 16 peças para cada lado: oito peões, dois cavalos, dois bispos, duas torres, um rei e uma rainha. Cada um destes com diferentes limitações para se movimentar. O jogo, que hoje conhecemos como Xadrez, teve origem há milhares de anos na Ásia e para muitos parece ser impossível de compreender. Mas mais do que um jogo de paciência, é um jogo que alia estratégia, inteligência e visão por parte dos jogadores. Numa viagem que nos faz recuar até aos anos 60, a Netflix dá-nos a conhecer a história de uma miúda que possuía todas estas características e que se tornou num prodígio do Xadrez.

Nos últimos dias, “Gambito de Dama” não tem saído do topo de conteúdos mais vistos da plataforma de streaming e o enredo justifica o sucesso. A personagem principal é Elizabeth Harmon, ou Beth, interpretada por Anya Taylor-Joy, uma rapariga com um talento especial para o jogo de tabuleiro. Nos primeiros episódios, assistimos à maior tragédia da vida de Beth, o momento em que a sua mãe morre, num acidente de carro, e a rapariga, agora órfã, é transferida para uma instituição. A jovem parece não se enquadrar bem com as restantes companheiras e procura refúgio na cave onde, por acaso, se depara pela primeira vez com um jogo de Xadrez, e assim começa a sua paixão.

Anos mais tarde, depois de vencer umas quantas vezes o seu "mestre'', Beth é adotada por um casal e acaba por deixar a instituição, mas a sua vida não fica muito mais fácil. O casal que a adotou acaba por se revelar disfuncional, quando o pai, que as sustentava, abandona a casa da família e, na escola, todos a olham de lado. Restava, claro, o Xadrez. Se inicialmente a mãe não levava o gosto de Beth pelo jogo de tabuleiro a sério, rapidamente mudou de ideias quando a rapariga se começou a aventurar em torneios, a ganhar prémios e a ser a principal fonte de rendimento da casa. Num abrir e fechar de olhos, a mesma miúda que era posta a jogar com os mais fracos por ser uma rapariga começou a dar xeque-mate aos jogadores mais temíveis dos Estados Unidos.

E nós, espectadores, como é que ficamos a assistir a esta montanha russa de emoções na vida de Beth? Torcemos pelo seu sucesso, e, pelo meio, ainda somos capazes de pensar “Vai, miúda, mostra aos homens como é que se faz”!

  • Ficção ou realidade?: O enredo da série é baseado no romance homónimo de Walter Tevis, mas será que houve mesmo uma Beth Harmon? Descobre tudo neste artigo do Decider.
  • O gambito de dama: Para quem não percebe nada de Xadrez, o nome da série estranha-se mas depois entranha-se. O gambito de dama é, nada mais nada menos, do que o nome de uma estratégia de jogo tendo por base a peça da rainha, também conhecida como dama.
  • Nem tudo é bom: Costuma dizer-se que todos os prodígios têm um lado obscuro. O de Beth é o vício por sedativos, que conhece como “comprimidos felizes” e que toma desde que chegou ao orfanato.
Queens Gambit Queens Gambit
créditos: Rodrigo Mendes / MadreMedia

Um manual de sobrevivência subvalorizado

A escola é uma das principais fontes de aprendizagem de qualquer pessoa. Segue-se o nosso círculo social, composto por família e amigos, que também têm muito que nos ensinar. Depois existem também os conhecimentos adquiridos por experiência própria e há ainda coisas que nada nem ninguém te ensina, mas das quais é muito importante falar.

É neste cenário que, meio a brincar, meio a falar a sério, John Wilson nos traz a série “How To With John Wilson”, uma espécie de enciclopédia sobre aqueles assuntos que ninguém se lembra de abordar. Na sinopse, podemos ler que esta é a tentativa de John falar sobre temas do quotidiano enquanto tenta lidar com as dificuldades da sua vida pessoal. Na prática, isto materializa-se num registo de documentário com muitos momentos cómicos à mistura. E que temas são esses?

No primeiro episódio, o cineasta fala-nos sobre a importância da conversa fiada e, no segundo, debruça-se sobre um tema realmente relevante, os andaimes e a sua abundância em Nova Iorque. Se estes vos parecem temas absurdos, então o melhor é mesmo darem uma oportunidade à série criada, dirigida e protagonizada pelo próprio, que se assume um “nova-iorquino ansioso”. Pelo meio de tanta brincadeira, ainda conseguem retirar alguns pensamentos construtivos e nem tudo é motivo para rir.

  • Onde ver: até à data de publicação desta newsletter, só estrearam dois episódios na HBO, mas o próximo está agendado para dia 7 de novembro. Espreita aqui o trailer.
  • Para teres uma ideia: Há nomes na ficha técnica que nos ajudam a perceber, à partida, que será uma boa experiência. É o caso de Nathan Fielder, Michael Koman e Adam Locke-Norton, co-produtores da série “Nathan For You”.

Já chegámos a novembro. Sabem o que isso quer dizer?

Estamos oficialmente naquela altura do ano em que os filmes e séries começam a ser dominados pela temática natalícia. Se tu és daquelas pessoas que, assim como eu, acham que é demasiado cedo para começar a ouvir Mariah Carey, vais dar o teu melhor para fugir aos clichés desta época. Mas quando o filme “Amor com Data Marcada” chegou ao topo dos mais vistos da Netflix nos últimos dias, não resisti em espreitar o trailer e, depois de perceber que o tema não era só natalício, lá fui eu dar uma chance ao novo original com o carimbo Netflix.

O filme fala-nos da vida de Sloane (Emma Roberts), uma jovem solteira que parece ser a única na sua família cuja vida ainda não tomou um rumo adulto. Cada vez que há um feriado, como é o caso do Natal, da Páscoa ou do Halloween, a rapariga acaba sempre na mesa dos solteiros com os mais pequenos. Até que um dia lhe é introduzido, pela tia solteirona, o conceito de ter uma companhia fixa para os encontros de família, “um holidate”.  Depois de conhecer Jackson (Luke Bracey), um rapaz com problemas em comprometer-se com as suas parceiras, os dois decidem tornar-se nas escolhas um do outro para as ocasiões especiais, na condição de serem apenas amigos. Mas claro que isso não vai funcionar.

Se há uma coisa em que “Amor com Data Marcada” não mente é no facto de estar cheio de clichés. Ao longo de hora e meia de filme temos direito ao clássico “rapariga que é constantemente massacrada pela família por ser solteira”, passamos para o “conhecemo-nos por acaso e no início nem gostávamos um do outro”, passamos para o “somos só amigos mas afinal parece que há aqui qualquer coisa”, temos direito a uma performance de casal ao som de “Dirty Dancing” e, sem querer estragar a surpresa, não termina sem uma declaração de amor que causa uma paragem abrupta no meio de uma multidão que nada tem a ver com o romance. Ainda assim, vale a pena ver.

Este é um filme mais ligeiro, uma comédia romântica que nos rouba algumas gargalhadas e da qual nos vamos lembrar sempre que, em reuniões de família, a nossa tia ou a nossa avó perguntarem “Então e namorados/as?”.

  • Um “feripar”: No filme, o conceito é introduzido como ‘holidate’ (holidays + date), que é também o nome original. Em português, foi traduzido para “feripar” (feriado + par). Será que o conceito vai pegar por cá?
  • O amor está… na Netflix: Num vídeo para o YouTube, várias estrelas de filmes e séries que fizeram sucesso na plataforma de streaming juntaram-se para um encontro de speed dating. Vê o vídeo
Holidate Holidate
créditos: Rodrigo Mendes / MadreMedia

Créditos Finais:

  • Os Grammys e o peso do colonialismo: A cerimónia de prémios musicais vai mudar o nome de uma categoria, tendo em conta a questão da raça e do colonialismo. O Melhor Álbum de Música do Mundo é rebatizado e passa a chamar-se O Melhor Álbum de Música Global. Sabe mais neste artigo do The Guardian.
  • Estatueta dourada nas mãos de portugueses?: É uma possibilidade. A Academia Portuguesa de Cinema revelou os quatro filmes que vão a votação para candidato de Portugal a Filme Internacional dos Óscares: “Listen”, “Mosquito”, “Patrick” e “Vitalina Varela”. Coincidência ou não, no próximo ano a cerimónia realiza-se no dia 25 de abril.
  • De menino de madeira a menino de verdade: A adaptação do clássico italiano “Pinóquio” em live action está a chegar a Portugal. Esta quarta-feira abre a 13ª edição da Festa do Cinema Italiano de Lisboa e estreia dia 5 nos cinemas. O elenco conta com o talento do lendário italiano Roberto Benigni (protagonista de “A Vida é Bela”) no papel do carpinteiro Gepetto. Vê o trailer aqui.
  • O futuro da América: Hoje ficamos a saber o desfecho da história que tem dominado as últimas semanas, as Eleições Americanas. Estás com algumas dúvidas sobre aquilo que vai acontecer? Queres saber todos os detalhes? Espreita o especial do SAPO24 ou lê este artigo do Abílio dos Reis e do Miguel Magalhães, que sinetetiza tudo o que precisas de saber.