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Em mês de celebração Pride, é altura de manter a “Pose”
Há mais de 50 anos que junho é o mês escolhido para a afirmação da comunidade LGBT+, com o objetivo de promover o amor, a liberdade, a luta pelos direitos civis e a igualdade de justiça dos seus membros. Para entrar nas festividades, num ano em que as celebrações precisam de ser mais contidas, nada melhor do que ver ou rever uma série que nos transporta para os anos 80, nos Estados Unidos da América, altura em que a ball culture estava em altas.
“Pose” é uma produção da FX e estreou em 2018. As principais protagonistas são personagens afro-americanas e latino-americanas que tentam vingar em Nova Iorque no mundo da dança e da moda. À noite, todas elas encontram uma forma de escapar às rotinas e às dificuldades da vida na ‘Big Apple’ com bailes noturnos clandestinos. Ainda que fossem maioritariamente destinados aos amantes do drag e do transformismo, eram frequentados por todo o tipo de membros da comunidade LGBT+.
Os bailes funcionavam como uma competição onde se avaliava a dança, a roupa e as poses de várias drag queens. Formavam-se rivalidades e os principais grupos (designados por “casas”) eram liderados e orientados por “mães”, sempre com o objetivo de ganhar os troféus e prémios da noite.
Mas, afinal, quem são as personagens que dão tanto carisma a “Pose”?
Bianca é uma mulher trans, cheia de sonhos e ambições, sedenta de deixar a sua marca no mundo e eternizar o seu nome em Nova Iorque. Quando é diagnosticada com HIV, decide largar a Casa a que pertence (a Casa da Abundância, por sinal, a mais bem-sucedida da cidade), para poder criar o seu próprio grupo, a Casa Evangelista.
Elektra, ‘mãe’ da Casa da Abundância, é uma diva que está habituada a reinar nas noites de baile sem qualquer competição para lhe fazer frente, e que não gosta nada que Bianca a abandone para depois lhe tentar roubar ‘a coroa’.
Angel é uma prostituta trans que também abandona a Casa da Abundância para se juntar à Casa Evangelista. Para além das dificuldades em afirmar-se no mundo drag, debate-se ainda com um amor proibido com um homem casado, cujo mundo não tem nada a ver com o seu.
Damon é um aspirante a bailarino que é expulso de casa pelos seus pais, depois de descobrirem que o seu filho é homossexual. A viver nas ruas, é resgatado por Bianca, que o ajuda a retomar o rumo da sua vida e a voltar para a escola de dança, tornando-se no primeiro membro da Casa Evangelista.
Uma figura icónica: Em “Pose” também há caras conhecidas. O ator e cantor americano Billy Porter faz um papel que se adequa à sua presença na vida real e que lhe valeu um Emmy em 2019. Conhecido pelas suas aparições exuberantes em red carpets, na série, Porter interpreta Pray Tell, o mestre de cerimónias dos bailes, um conhecedor de moda e mentor dos membros da Casa Evangelista.
Para além da ficção: A cultura ballroom teve um grande impacto na liberdade de expressão do cenário underground americano dos anos 80. Se estiveres curioso em saber um bocadinho mais, aconselho espreitares este mini doc.
Onde ver: Este é um daqueles casos em que os dois serviços de streaming mais conhecidos têm de disputar audiências. As duas temporadas de “Pose” estão disponíveis tanto na Netflix como na HBO Portugal.
A app feita a pensar nos amigos “críticos de cinema”
Todos os grupos de amigos têm aquele que é a primeira fonte a que os restantes recorrem quando não sabem que filme ver. Foi a pensar neles, que já viram tudo e mais alguma coisa, que, em 2011, surgiu o “Letterboxd”, primeiro em site e, depois, em app.
O conceito é simples: assim como o Facebook, o Twitter ou o Instagram, esta é uma rede social onde te podes conectar com os teus amigos e partilhar conteúdo. Em vez de mostrares as tuas melhores fotografias ou as tuas frases mais engraçadas, na “Letterboxd”, vais poder registar os filmes que já viste, dar a tua opinião e eleger os teus favoritos.
Faz a tua lista: Para diferentes ocasiões, adequam-se diferentes filmes. Para facilitar a partilha dos teus gostos, a plataforma permite ainda que cries listas temáticas, como por exemplo “Filmes para ver quando estou triste” ou “Filmes para ver nas tardes frias no sofá”.
Deixa a listinha do Excel de lado: No teu perfil, vais ter disponíveis várias estatísticas que te ajudam a saber quantos e que filmes já viste neste ano, em que dia e, no total, quantos filmes já foram registados no teu perfil como vistos. Será que bates o recorde do teu grupo de amigos?
A ficção portuguesa à conquista da HBO
Ainda que Portugal ainda não tenha lançado produtos originais encomendados pelas grandes plataformas de streaming internacionais, como a Netflix ou a HBO, esse é um passo que já esteve mais longe. Em abril, as produções nacionais ganharam terreno e o catálogo de ofertas de séries da HBO Portugal começou a ter produções ‘da casa’.
“Auga Seca” fez as honras da casa e tornou-se na primeira série portuguesa do serviço de streaming. O thriller policial é uma coprodução luso-espanhola da RTP e da TV Galiza e explora o mundo do tráfico de armas. Tudo começa quando Paulo, um jovem português, aparece morto a tiro em Vigo, na Galiza. Ainda que, aparentemente, se trate de um suicídio, ninguém parece acreditar nessa teoria. Ao ver a sua vida virada do avesso, a sua irmã, Teresa, decide mudar-se para Vigo e começa a trabalhar na mesma empresa em que o irmão, numa tentativa de investigar a título próprio aquilo que aconteceu.
Mas esta não foi a primeira colaboração luso-espanhola. A RTP já tinha colaborado em 2017 com o canal galego na série “Vidago Palace”, que chegou à HBO no final de maio. Ao contrário de “Auga Seca”, é um drama romântico, que conta a história de amor proibido de Carlota e Pedro. Ela é filha dos Condes de Vimeiro e já tem o casamento planeado. Ele é filho de um empregado do hotel e vai fazê-la mudar de ideias. Juntos, tentam ultrapassar os obstáculos de uma sociedade conservadora do século XX.
- Ainda em português na HBO: Entre filmes e séries, a plataforma tem disponíveis nomes como “Diamantino”, “Tabu”, “Aquele Querido Mês de Agosto”, “A Herdade” e “Cartas da Guerra”.
- Uma alternativa ao mainstream: Se quiseres escapar às séries da Netflix ou da HBO, ou se estiveres à procura de produtos nacionais, a plataforma RTP Play tem um catálogo extenso de produções originais nacionais, que podes ver gratuitamente.
- Novidades para breve: Em junho, vai haver novas aquisições. Os filmes “Mosquito” e “Linhas Tortas” vão chegar à plataforma de streaming nas próximas semanas.
Créditos Finais
“É Desta Que Leio Isto”: O próximo encontro do clube de leitura é hoje e os holofotes apontam para “Ensaio sobre a Cegueira”, de José Saramago. Para descobrires mais detalhes, vê aqui todas as informações.
Acho que devias ver (e ler): No seguimento da última newsletter do Miguel Magalhães (que aconselho a ler, caso não o tenhas feito), recomendo-te ainda dar uma vista de olhos nos vídeo “Uncomfortable Conversations With a Black Man”, do YouTuber Emmanuel Acho.
“Jeremy” sem censura: Ainda que a música dos Pearl Jam tenha saído em 1992, só agora é que a banda divulgou o videoclip completo não censurado de “Jeremy”. O single faz parte do primeiro álbum dos Pearl Jam, “Ten”, e o clip tinha sido censurado devido às imagens de suicídio de um jovem.
Os mais esperados da semana: A grande estreia será na HBO. A plataforma vai receber “Solum”, a longa-metragem realizada pelo português Diogo Morgado. À Netflix, em busca de algumas gargalhadas, chega o especial de comédia de Jo Koy, no dia 12.
Surfar as maiores ondas do mundo? O documentário “Kalani – Gift From Heaven”, realizado por Nuno Dias, conta a história do surfista que não tem medo das ondas gigantes, tendo passado, claro, pela Nazaré. Sabe mais no artigo do Miguel Morgado para o SAPO24.
Tens recomendações de coisas que eu podia gostar? Ou uma review de um dos conteúdos que falei?
Envia para mariana.santos@madremedia.pt.
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