Nos últimos anos, o número de donos de cães akita disparou, inclusive dentro do país de onde são originais, o Japão.

Esta raça, semelhante aos huskies vermelhos, conquistou enorme fama no início do ano, quando a patinadora russa Alina Zagitova partilhou a sua admiração pelos akita, enquanto treinava no Japão. Perante a admiração, as autoridades locais prometeram oferecer-lhe um cão desta raça.

O entusiasmo não surpreende Osamu Yamaguchi, de 64 anos, criador de akitas em Takasaki, na região de Gunma, a noroeste de Tóquio.

"Antes, metade dos meus clientes eram japoneses, e a outra metade, estrangeiros, mas recentemente o número de estrangeiros aumentou", disse à AFP.

De acordo com dados da associação de preservação do akita, o número de animais com donos estrangeiros foi de 33 em 2005, 359 em 2013 e 3.967 no ano passado.

Este cão, que durante muito tempo foi criado para a caça, mede entre 60 e 70 centímetros e pesa entre 40 e 50 quilos. Tem as orelhas pontiagudas, pêlo claro e o focinho com o formato de um urso. É uma das seis raças japonesas reconhecidas oficialmente como "tesouro natural" do país.

Contudo, o número de cães akita reduziu na última década para menos de 3.000. Na década de 1970, por exemplo, foram registados 40.000 cães akita.

Osamu Yamaguchi faz, nos dias de hoje, cerca de 20 viagens por ano para entregar os cães pessoalmente no estrangeiro, especialmente nos Estados Unidos, Rússia e China.

Segundo Yamaguchi, os akitas são valorizados pela sua sensibilidade. "Eles entendem como os donos sentem, e são muito leais", diz.

Todos os japoneses conhecem a história real de Hachiko, um akita que, na década de 1920, esperava todos os dias que o seu dono voltasse do trabalho na estação de Shibuya, em Tóquio. Um dia, o dono morreu durante uma das aulas da Universidade Imperial de Tóquio e o Hachiko esperou por ele, em frente da estação, durante dez anos.

Hoje há uma estátua de Hachiko em Shibuya e sua história fez o filme "Hachiko - Amigo para sempre" (2009), com Richard Gere.

"A raça akita tornou-se muito popular em todo o mundo depois desse filme", explica Kosuke Kawakita, que criou mais de 30 cães em cerca de 60 anos.

Osamu Yamaguchi espera que o Japão continue a criar akitas, apesar do menor interesse dos habitantes do arquipélago.