“É importante refletir a diversidade da experiência negra”, afirmou o argumentista nos bastidores da cerimónia, que decorre em Hollywood.
“Não tínhamos um grande orçamento para marketing, por isso dependemos do passa-palavra”, indicou Cord Jefferson, depois de salientar que muitos estúdios rejeitaram o filme e foi uma jornada difícil.
“A lição disto é que há uma audiência e um apetite para coisas que são diferentes”, considerou. “Uma história com personagens negras vai apelar a muita gente e não precisa de ser situada numa plantação ou num gangue”, continuou. “Há um mercado para uma representação ampla das vidas negras”.
Cord Jefferson chegou ao Dolby Theatre como claro favorito depois de ter vencido vários prémios da temporada, mas teve dificuldade inicial em conseguir apoios para o filme, protagonizado por Jeffrey Wright.
“Ninguém estava ali pelo dinheiro, porque não tínhamos dinheiro”, frisou. “Estávamos ali porque acreditávamos nisto”.
A ação situa-se em Massachusetts mas mostra uma Boston diferente do que é habitual, porque Cord Jefferson queria expandir a forma como pensamos em diversidade.
“Penso que é importante mostrar diversidade dentro da diversidade”, salientou o argumentista. “Nenhuma pessoa negra contém a totalidade da experiência negra”, continuou, referindo que essa experiência pode ir da escravatura numa plantação de algodão até à Casa Branca com a presidência de Obama.
“Somos tão matizados e diversos quanto qualquer outro grupo de pessoas”, sublinhou.
“American Fiction” recebeu cinco nomeações na 96.ª edição dos prémios da Academia, que decorrem esta noite no Dolby Theatre, em Hollywood.
Feito de forma independente, os direitos de distribuição de “American Fiction” foram comprados pela Orion Pictures, da Amazon MGM Studios.
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