De acordo com a portaria n.º 75/2018, a antiga Casa da Sorte, incluindo o património artístico integrado, na Rua Ivens (números 74 e 75) e na Rua Garrett (números 37 e 39), na freguesia de Santa Maria Maior, é Monumento de Interesse Público a partir de hoje.

A portaria lembra que a antiga Casa da Sorte é uma obra conjunta do Atelier Conceição Silva, que desenvolveu o projeto de arquitetura e design, e do ceramista Querubim Lapa, cujas grandes placas cerâmicas, produzidas na fábrica Viúva Lamego, se revelaram determinantes na conceção do espaço.

O exterior das duas fachadas da loja é revestido de azulejos de “desenho moderno e arrojado, mas cujas tonalidades se harmonizam com a sóbria paleta de cores dos prédios da Lisboa pombalina”, pode ler-se ainda no documento.

De acordo com a descrição, o contraste e a rutura com a tradição faz-se, sobretudo, “com a explosão cromática do interior, onde os revestimentos cerâmicos aludem ao jogo, de acordo com uma leitura aberta e universal da ideia de destino, sorte e azar”.

“É indubitável que o projeto desenvolvido entre arquiteto e ceramista constitui uma notável inovação artística e urbanística, destacando-se pela conceção enquanto obra total, pelo programa decorativo integrado e pela relação que estabelece com a via pública e o contexto urbano”, é referido.

A classificação da antiga Casa da Sorte reflete ainda os critérios relativos ao “caráter matricial do bem, ao génio do respetivo criador, ao seu interesse como testemunho notável de vivências e factos históricos, à sua conceção arquitetónica e urbanística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”.

A portaria foi assinada a 12 de janeiro pelo ministro da Cultura, Luís Castro Mendes.