"Queremos ainda este ano abrir na próxima época balnear no Brasil e na Argentina", países onde o verão começa em dezembro, disse à Lusa Ignacio Correia, que já sabe que as bolas de berlim no Brasil se chamam sonhos e que na Argentina o que se vende mais são os churros com doce de leite.
O responsável pelo projeto, de 31 anos, conta que teve a ideia há quatro anos, quando estava com o irmão na praia, com vontade de comerem uma bola de berlim, mas sem vendedores por perto. Lembraram-se então de como poderia ser útil haver uma aplicação que permitisse chamar até si um vendedor.
Este ano, Ignacio decidiu passar à ação e em poucos meses, com a ajuda de dois estagiários, através do centro de competências da Algardata, empresa de "software" algarvia da qual é um dos administradores, nasceu a "Bolinhas".
Em aproximadamente um mês - a aplicação foi lançada a 1 de julho - a aplicação foi descarregada 8.000 vezes, na sua maioria por clientes, pois a plataforma ainda tem apenas 200 vendedores inscritos, 120 dos quais no Algarve, presentes em dez praias, explica o 'designer' de comunicação.
"Temos alguma resistência por parte de alguns vendedores que estão presos à tradição, mas temos tido muitos pedidos, muita adesão dos clientes", refere, sublinhando que todos os dias é contactado por pessoas que dizem que vão para o Algarve em agosto e que vão instalar a aplicação.
Em Portugal, a aplicação já tem cobertura em praticamente todo o país, embora já tenha sido descarregada um pouco por todo o mundo: desde o Canadá, aos Estados Unidos da América, França, Luxemburgo, Brasil, Argentina ou Angola.
"Se conseguirmos 25 mil 'downloads' até ao final do ano e 5 mil vendedores em todo o mundo, para o ano teremos boas perspetivas", estima Ignacio Correia, frisando que, para já, neste verão, a aplicação vai manter-se gratuita.
Na Praia dos Alemães, em Albufeira, onde vende bolas de berlim e bolacha americana pelo segundo ano, Irakli chega a fazer 26 quilómetros por dia, um trabalho duro que pode ser facilitado com esta nova aplicação.
"É bom porque às vezes demoramos vinte minutos ou meia hora para passar à frente do cliente e assim podemos chegar mais rápido e ir diretamente ao sítio", resume o vendedor, natural da Geórgia, mas a viver em Portugal há vários anos.
Após instalada a “Bolinhas” e feito o pedido, o cliente recebe uma mensagem de notificação quando o vendedor estiver a 10 metros da sua localização, sendo o pagamento feito, para já, em dinheiro.
A passar férias em Albufeira, Luís Caramelo, que experimentou a aplicação pela primeira vez, considera que é uma vantagem poder ter rapidamente o vendedor à sua frente, mas nota que a aplicação pode prejudicar os vendedores tradicionais.
Já Aníbal Lima, reformado residente no Feijó, mas natural de Lamego, é da opinião que "é bom" tudo o que significar uma evolução no mundo das comunicações.
"É muito mais fácil, é uma ótima ideia, com uma tecla apenas tem-se a bola junto de si", refere, confidenciando que, em casa, vai pedir ao filho para lhe instalar a aplicação.
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