“Os monumentos que têm prioridade na classificação são a Torre de Cambra, a Estrada Romana de Vau, o Monte da Senhora do Castelo, o Passal de Fataúnços e a Lapa de Meruje”, enumerou Rui Ladeira.
O presidente da Câmara de Vouzela, no distrito de Viseu, explicou, por exemplo, que “a Estrada Romana do Vau, também no concelho vizinho de São Pedro do Sul, é um dos elementos rodoviários da época romana com mais identidade e valia e conservação, mas tem de ser protegido”.
“Também o monte da Senhora do Castelo, neste caso, que tem ocupação do castro da idade do bronze final, ou seja, mil anos antes de Cristo, que ainda tem vestígios de ocupações com o Castelo de Lafões”, merece prioridade, contou.
O Passal de Fataúnços, “que é da época de uma antiga igreja de Fataúnços, da alta idade média, ou seja, mil anos depois de Cristo”, e também “a Lapa de Meruje, que tem seis mil anos, foi construída quatro mil anos antes de Cristo”, são outros dos alvos.
“Por exemplo, na Senhora do Castelo, uma das paredes que sustenta parte da capela ainda tem vestígios do antigo Castelo de Lafões. Estamos a falar de há mais de mil anos, em grosso modo, do século X, XI, e é necessário fazermos a recuperação convenientemente e escavações, e isso tem de ser feito com recursos”, referiu.
Recursos que o presidente adiantou não serem “só para o projeto, como também depois para executar a obra que tem custos brutais e o município não tem condições para fazer isto sozinho”.
Rui Ladeira assumiu que o avanço da candidatura a património nacional destes “elementos culturais e históricos se deve ao facto de estarem em risco”, porque “o município tem outros em calha para candidatar”.
Esta lista, cujo processo já decorre, é “para também acionar um mecanismo de apoio de fundos europeus ou nacionais que podem estar disponíveis para essa recuperação, porque, se assim não for, não há capacidade do município de fazer a recuperação que é pedida a muitos destes elementos” patrimoniais.
”O Município de Vouzela quer preservar e valorizar o património, mas a tutela também tem de ajudar. Há património mais em risco do que outro. Por exemplo, o do Castelo de Lafões, do Monte da Senhora do Castelo, está com necessidade urgente de intervenção”, disse.
Neste sentido, o autarca adiantou que, juntamente com a confraria que gere aquele espaço, “foi feito uma proteção para que não houvesse agravamento de destruição e da muralha do muro de suporte, num total de 12 mil euros”.
A identificação destes monumentos começou “há cinco anos, quando o município deu início a um projeto integrado de avaliação do seu património cultural e histórico com o apoio da Universidade Nova de Lisboa e a Universidade do Algarve”.
“Um projeto de modo a conseguir não só investigar a diferenciação e o património que possa existir e que ainda não conhecemos, bem como também definir uma estratégia de preservação e proteção daquele património que está mais em risco”, contou.
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