O Premio José Afonso, com um valor monetário de 5.000 euros, é atribuído pela Câmara Municipal da Amadora, a álbuns “cujo tema tenha como referência a cultura e a história portuguesas”.
Em nota de imprensa, o júri sublinha “a qualidade das letras, a interpretação emotiva e a cuidada produção do álbum, que vem coroar uma carreira já significativa e cada vez mais reconhecida pela sua importância musical e social”.
O júri atribuiu ainda menções honrosas aos álbuns “Canções do Pós-Guerra”, de Samuel Úria, “Eva”, de Cristina Branco, “Kriola”, de Dino d’Santiago, e “Liwoningo”, de Selma Uamusse.
“Madrepérola”, editado em janeiro de 2020, é o terceiro álbum de Capicua, no qual a artista volta a abordar temas como o machismo e a gentrificação, mas de uma forma “mais solar”, mais dançável, com mais canções e uma mão cheia de convidados de Portugal e do Brasil, como contou, na altura, em entrevista à agência Lusa.
O álbum inclui alusões à maternidade de Capicua, mas não só.
“A metáfora da ostra que faz a pérola tem tudo que ver com falar de coisas sérias de uma forma mais luminosa, no sentido em que as ostras só fazem pérola quando entra um grão de areia na concha e começa a incomodar, elas criam uma espécie de baba que vai cobrindo esse grão de areia porque querem que deixe de incomodá-las e acabam por criar uma pérola”, contou.
Além disso, o processo de criação das pérolas “também tem muito que ver com a própria maternidade, que é tão cheia de incómodos e desconfortos, e de provações físicas e que implica uma superação permanente”.
Entre os convidados, contam-se nomes como D-One, Stereossauro, Ride, Virtus, Emicida, Karol Conka, Mallu Magalhães, Catarina Salinas (dos Best Youth), o fadista Ricardo Ribeiro, Lena D’Água e o ator Pedro Lamares.
“Madrepérola” sucede aos álbuns “Sereia Louca” (2008) e “Medusa” (2015).
O júri do Prémio José Afonso 2021 integrou o compositor Sérgio Azevedo, o maestro Hélder Gonçalves e a cantora Lena d’Água, vencedora do Prémio José Afonso 2020.
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