De acordo com uma nota enviada hoje pela Casa Fernando Pessoa, aquele espaço, localizado no número 16 da rua Coelho da Rocha, fecha portas no dia 01 de março, para as reabrir ainda este ano, “com um novo projeto museográfico que dará mais acesso ao espólio do escritor”.
Durante os próximos meses serão feitas obras naquela que foi a casa onde Fernando Pessoa viveu nos seus últimos 15 anos de vida, para melhor poder responder ao “número crescente” de pessoas que procuram “saber cada vez mais sobre o autor que se tornou, nas últimas décadas, um símbolo da literatura portuguesa a nível mundial”.
No entanto, as atividades da Casa Fernando Pessoa vão continuar a decorrer, nesse período, a partir diferentes pontos: escolas, ruas que o poeta costumava percorrer, o bairro de Campo de Ourique, teatros ou museus da cidade.
Está prevista a continuação dos ciclos de programação, bem como dos programas educativos, como é o caso dos passeios, das oficinas, das Aulas de Poesia Mundial, da Feira do Livro de Poesia, do Clube dos Poetas Vivos, em parceria com o Teatro Nacional D. Maria II, ou da segunda edição do encontro internacional Lisbon Revisited — Dias de Poesia, em junho.
Inaugurada em 1993, a Casa Fernando Pessoa, atualmente gerida pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), tem como missão fazer uso do legado do escritor e servir como lugar de encontro e reflexão sobre a criação literária, tendo, ao longo dos anos, desenvolvido novas valências para acompanhar a tendência de aumento do turismo cultural.
Foi precisamente o volume de visitantes — apenas nos últimos seis anos subiu para mais do dobro – e a diversidade dos públicos que tornaram necessário um novo projeto que tornasse o edifício acessível e inclusivo.
Através deste novo projeto museográfico, a Casa Fernando Pessoa pretende também “abrir ao público de uma forma mais participativa a biblioteca particular do escritor, entre outro espólio da Casa Fernando Pessoa”.
“Atualmente reservada apenas a investigadores, embora acessível ‘online’ ao público, esta coleção de livros constitui o acervo mais valioso da Casa Fernando Pessoa e passará a estar exposta”.
Distribuída por três pisos e com uma área consideravelmente maior, a nova exposição pretende reforçar a sua posição na rota dos museus da capital, apresentando-se como um museu de literatura dedicado a Pessoa, acessível a todos que queiram conhecer melhor o autor, e como um espaço de literatura e poesia da cidade.
Realizado em parceria com o Turismo de Portugal, este projeto de remodelação é da autoria de José Adrião Arquitetos, tendo o projeto museográfico sido executado pelo Gabinete de Design GBNT, a partir de uma proposta do curador Paulo Pires do Vale.
Para a conceção dos conteúdos foram consultados investigadores especializados em Fernando Pessoa e familiares do escritor.
A melhoria das acessibilidades é um dos focos principais deste projeto que visa também a requalificação do espaço para o cumprimento das exigências legais.
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