"El Chapo 701" é a linha de moda apresentada numa exposição na cidade mexicana de Guadalajara. E, apesar de ocupar um espaço pequeno e escondido, é um dos pontos mais visitados da feira.

A linha, segundo Gilberto de Anda, que se apresentou como advogado da marca que produz a coleção, de acordo com a agência France-Press (AFP), será propriedade de Alejandrina Guzmán, filha do narcotraficante, apesar da imprensa mexicana apontar que a dona seja, na verdade, a atual esposa do traficante, Emma Coronel Aispuro.

Todavia, mais do que qualquer negócio, segundo De Anda, estes acessórios são na verdade um gesto altruísta. "Os lucros estão destinados aos presos nas cadeias e às pessoas que necessitam de ajuda".

O catálogo contém cerca de vinte itens, entre roupas e acessórios, muitas delas com o número 701 estampado — precisamente a posição que a revista Forbes indicou que pertencia a Guzmán, em 2009, na sua famosa lista dos homens mais ricos do mundo.

"Produzido por presidiários e ex-reclusos da prisão de Puente Grande. Numerados de 001 a 701", destaca a publicidade, que acrescenta que quem comprar estes produtos está a ajudar na "reinserção social" dos prisioneiros.

Em fevereiro, ao sexto dia de deliberações, o narcotraficante foi considerado culpado de todos os crimes relacionados com tráfico de droga de que estava acusado.

Preso pela primeira vez na Guatemala, em 1993, e após ser condenado a 21 anos de prisão, Guzmán escapou em 2001 de uma penitenciária de alta segurança de Puente Grande (estado de Jalisco).

Após 13 anos em fuga, foi capturado em 2014, mas escapou um ano mais tarde de uma prisão de máxima segurança de Altiplano, perto da Cidade do México, através de um túnel com 1,5 quilómetros.

Em janeiro de 2016, e após várias tentativas, o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, anunciou finalmente a captura de “El Chapo”.

Um ano mais tarde, o suspeito foi extraditado para os Estados Unidos.