Numa nota publicada na sua página de Internet, a Pédexumbo, Associação para a Promoção da Música e Dança, considera que, este ano, “urge repensar" o festival e “reforçar” os seus objetivos, após o incêndio ocorrido no ano passado que destruiu mais de 400 viaturas num dos parques de estacionamento.
“Em ano que urge repensar o festival e reforçar os seus objetivos e, partindo de um dos quatro pilares que o sustentam - a Comunidade, pretende-se criar um evento mais integrado no local, mais reduzido - 4 dias - e em meio urbano”, lê-se na nota dos organizadores da iniciativa, que, em 2016, se prolongou por sete dias.
Fonte do município de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, adiantou à agência Lusa que o festival vai decorrer, em agosto, nas imediações da vila, junto a uma ribeira, depois de ter sido realizado, ao longo de vários anos, nas margens da albufeira de Póvoa e Meadas, numa área de 28 hectares.
No dia 02 deste mês, o Ministério Público (MP) anunciou ter arquivado o inquérito ao incêndio que ocorreu a meio da tarde do dia 03 de agosto de 2016, pouco antes das 15:00, tendo as chamas atingido total ou parcialmente 458 viaturas.
O despacho final do MP concluiu que, "realizadas todas as diligências, não foi possível apurar quaisquer indícios que permitissem concluir que o fogo tivesse sido ateado de forma deliberada ou intencional".
"Também não foi possível recolher indícios que permitissem apurar as circunstâncias concretas em que o mesmo ocorreu, nem a eventual responsabilidade negligente de alguém", segundo um comunicado do MP, publicado na página da Internet da Procuradoria da Comarca de Portalegre.
Na sequência da decisão do MP, o advogado Pedro Proença, representante de parte dos lesados do incêndio, disse à Lusa que vai interpor uma ação judicial, reconhecendo que já esperava o arquivamento do inquérito.
“Era mais do que esperado” que seria “impossível identificar o autor da ignição”, pelo que o arquivamento do inquérito “era uma probabilidade” que “já tinha comunicado aos meus clientes”, afirmou o advogado.
Agora, argumentou, “estão criadas as condições que eram necessárias para efetivar responsabilidades” às entidades que “são responsáveis pela propagação do incêndio”.
“Vamos agir contra aqueles que são responsáveis pela facilidade com que o incêndio se propagou”, frisou, indicando que a ação judicial vai visar, “para já”, a associação Pédexumbo, promotora da iniciativa, e a Câmara Municipal de Castelo de Vide.
Comentários