O festival Correntes de Um Só Rio – Encontro da Canção, do Fado, da Música e das Guitarras de Coimbra vai contar com nove espetáculos e uma exposição que procuram promover e pôr em diálogo as várias “correntes” do Fado e da Canção de Coimbra, numa programação a realizar-se no Convento São Francisco.
Organizada pela Câmara de Coimbra, a edição deste ano tem o simbolismo de abrir com uma homenagem “de Coimbra a Amália”, por forma a mostrar “que Coimbra não está de costas voltadas para a música portuguesa e para a Amália Rodrigues”, afirmou a consultora para a programação do Convento São Francisco, Isabel Worm, durante a conferência de imprensa de apresentação do espetáculo.
Intitulado “Pitou – 100 Anos Amália”, o espetáculo junta os músicos Bernardo Moreira (contrabaixo), Bernardo Couto (guitarra portuguesa), João Neves (voz), Luís Figueiredo (piano) e Ricardo J. Dias (acordeão), sendo acompanhados por bailarinos, cuja coreografia estará a cargo de Leonor Barata.
O espetáculo procura homenagear os 100 anos de Amália Rodrigues, mas também os 50 anos do álbum “Com Que Voz”, editado em 1970, que contou com a colaboração do compositor Alain Oulman (também conhecido por ‘Pitou’), que acompanhou parte da carreira da fadista.
“Este álbum marca uma viragem na abordagem da Amália”, notou Pedro Lopes, que faz parte do grupo de trabalho do festival, realçando a “forte componente audiovisual” do espetáculo.
No dia seguinte, é apresentado na Antiga Igreja do Convento São Francisco o projeto “Corações ao Alto”, um conjunto de peças vocais construídas por Margarida Mestre a partir da escuta de celebrações religiosas e acompanhado pelo som da guitarra de Coimbra.
A 30 de outubro, Bárbara Tinoco, o guitarrista Diogo Mendes e Tiago Nogueira (dos Quatro e Meia) apresentam “Coimbra é uma mulher?”.
Na Praça das Bandeiras, o festival vai promover a 01 de outubro um diálogo entre o património musical de Coimbra e de Cabo Verde, com uma serenata que junta a Associação Fado Hilário e o músico cabo-verdiano Tito Paris.
O certame conta ainda com um encontro entre a guitarra clássica e a guitarra portuguesa num concerto dos guitarristas Hugo Gamboias e Diogo Passos, um espetáculo em torno de Artur Paredes, um concerto de António Dinis e um espetáculo que junta teatro e música, intitulado “Assim devera ser”, em que se vai ouvir “cantar Amália, nas vozes de três cantoras dos cantos da voz do povo: Catarina Moura, Celina Piedade e Sara Vidal”.
Para além dos espetáculos, o festival promove ainda uma exposição, que se estende até 11 de outubro, intitulada “Guitarra Outra”, que é composta em parte pelo espólio do médico e etnólogo Louzã Henriques.
“Na própria cidade, há a ideia de que ainda se fazem as coisas como há 100 anos. Esta é uma oportunidade de vir, ouvir e ficar com uma opinião diferente, de darem pelo menos uma oportunidade para ver como a música de Coimbra é agora”, frisou Pedro Lopes, salientando a diversidade que é celebrada na programação do festival.
A vereadora da cultura da Câmara de Coimbra, Carina Gomes, destacou que, nesta edição, o festival lançou um desafio a músicos e artistas da cidade para apresentarem propostas para o evento, tendo sido recebidas mais de 20 candidaturas.
Para a responsável, o festival integra-se na estratégia do município de promover e de preservar o Fado e a Canção de Coimbra.
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