Com o festival literário praticamente a meio, os cerca de 40 escritores convidados foram acolhidos numa sessão na qual os discursos oficiais se juntou muito mais música, dança e poesia.

Presidida pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, a sessão de boas-vindas marca os dois dias mais intensos do festival, que durante o fim de semana realiza várias mesas redondas, conferências e oficinas com alguns dos principais nomes da literatura lusófona.

José Eduardo Agualusa, Arménio Viera, Valter Hugo Mãe, Germano Almeida e Oswaldo Osório são alguns dos escritores presentes naquele que pretende ser o maior acontecimento literário dos países africanos lusófonos.

No seu discurso, o chefe de Estado cabo-verdiano destacou a importância dos leitores, assinalando que também os escritores são eleitores.

“Normalmente ouvimos falar em grandes livros, grandes escritores, bons escritores, mas nunca perguntamos quem são e onde estão os bons, os grandes leitores. Leitores somos todos, os que escrevem e os que não escrevem”, declarou.

O Presidente cabo-verdiano fez ainda votos para que a primeira edição do festival literário “inspire e contribua para o enriquecimento de todos e produza mais literatura, mais livros, mais leitura, mais e bons leitores”.

Por sua vez, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, disse que o Morabeza – Festa do Livro é uma “iniciativa pioneira” que está despertar atenção internacional para a riqueza e qualidade da literatura cabo-verdiana.

O governante considerou, por isso, que o país tem “todas as condições” para se impor a nível internacional, não só pela qualidade da sua literatura contemporânea, mas também pelos seus clássicos da modernidade.

“Esta festa do livro e da literatura quer ser o trampolim para se mostrar a nossa nova produção do presente e otimista previsão de um futuro com ainda mais e melhor produção literária”, acrescentou Abraão Vicente.

A cerimónia ficou marcada pela ausência por motivos pessoais e de saúde dos escritores português Francisco José Viegas e moçambicano Mia Couto.

O festival literário Morabeza, que junta cerca de 40 escritores lusófonos, decorre até domingo na cidade da Praia, com um programa de conferências, conversas, lançamento de livros e uma feira do livro.

É uma organização do Ministério da Cultura e Indústrias Criativas, em parceria com a Biblioteca Nacional de Cabo Verde, e conta com o apoio da cooperação portuguesa e brasileira.