Num evento no Palácio de Congressos de Sevilha, em Espanha, a longa-metragem, que conta uma obscura história rural a partir de acontecimentos reais ocorridos na Galiza, arrecadou nove prémios nesta edição.

“As Bestas” venceu também nas categorias de melhor argumento original, música, som, ator principal, ator secundário, direção de fotografia e montagem.

A sexta longa-metragem de Rodrigo Sorogoyen venceu no melhor ator com o desempenho de Denis Ménochet, enquanto Laia Costa o Goya de melhor atriz em “Cinco Lobitos”, de Alauda Ruiz de Azúa.

Laura Galán venceu o Goya para melhor atriz revelação em “Cerdita”, de Carlota Pereda, enquanto Telmo Irureta conquistou o prémio de melhor ator revelação pelo papel de um jovem com paralisia cerebral em “La consagración de la Primavera”, de Fernando Franco.

Susi Sánchez, por seu turno, recebeu o Goya para melhor atriz secundária pelo seu papel em “Cinco Lobitos”, de Alauda Ruiz de Azúa, e Luis Zahera, ganhou o prémio por melhor ator secundário em “As Bestas”.

“A Pior Pessoa do Mundo”, de Joaquim Trier, venceu o prémio Goya para melhor filme europeu, enquanto “Argentina, 1985”, dirigido por Santiago Mitre, venceu na categoria de melhor filme ibero-americano, sobre a última ditadura — de 1976 a 1983 – naquele país da América Latina.

O prémio de melhor curta-metragem de animação foi para “Loop”, de Pablo Polledri, numa categoria em que se encontrava nomeada a coprodução portuguesa “Os Demónios do meu Avô”, de Nuno Beato.

A história, escrita por Possidónio Cachapa e Cristina Pinheiro a partir de uma ideia de Nuno Beato, decorre numa aldeia imaginária em Vale do Sarronco, povoada de humanos, animais e seres fantásticos inspirados no universo da ceramista Rosa Ramalho.

O filme, apoiado pelo Instituto do Cinema e Audiovisual, é em ‘stop-motion’ com animação de volumes e em animação 2D, produzido pela Sardinha em Lata e tem coprodução com França e Espanha.

Presente na cerimónia deste ano dos Goya, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse aos jornalistas que o realizador Carlos Saura, que morreu na sexta-feira, aos 91 anos, “merece todos os reconhecimentos” e que o Governo irá distingui-lo com a Grã Cruz de Alfonso X o Sábio para “a trajetória de um gigante no cinema espanhol e mundial”.

A família do realizador espanhol recolheu o prémio de honra do certame cinematográfico para o defunto ator que realizou “Fados” (2007), filme que contém a visão do cineasta sobre a canção portuguesa, que conta com participações de Mariza, Camané, Carlos do Carmo e Carminho, entre outros cantores portugueses.

A atriz Juliette Binoche foi distinguida nesta edição com o prémio internacional.