Há cinco anos, em março de 2018, era lançado “Lobos que foram homens” um livro que fala de “cinco rapazes que têm um sonho e que são perfeitamente normais”, mas também “dá o outro lado, da imagética mais sinistra, da temática lírica”.
Esse livro é sobre os Moonspell, uma das mais internacionais bandas portuguesas e os cinco rapazes são os músicos que a integram e que “levam os filhos à escola, fazem os recados, vão às compras ao supermercado e às vezes no próprio dia à noite estão num concerto, frente a duas ou três mil pessoas”.
Um desses músicos é Fernando Ribeiro, o vocalista dos Moonspell, hoje também ele escritor e que publicou há poucas semanas "Café Kanimambo", o seu segundo romance e o livro que junta esta quinta-feira o clube de leitura É Desta Que Leio Isto à conversa com o autor, a partir das 21h00.
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E do que fala este "Café Kanimambo"?
Vítor Batista (ex-futebolista caído em desgraça e alcoólico), o Doutor Paulo (um deputado da nação que tenta esconder um segredo obscuro), o Senhor Braz (dono de uma loja de brinquedos em Benfica, que podia ser feliz, mas não consegue) e o Raça (um operador de máquinas com um sonho simples), são quatro homens com pouco em comum que se veem subitamente envolvidos numa espiral de sexo, vergonha, castigo, justiça popular, crimes sexuais e demónios.
Antes de "Café Kanimambo", Fernando Ribeiro publicou "Bairro sem Saída" cuja acção situa-se no Bairro mais clandestino da Europa durante os anos 70 e 80: a Brandoa, narrada por «Rogério Paulo», nascido durante o terramoto de 28 de fevereiro de 1969. Um livro com os batimentos rápidos do heavy metal e a melancolia escura do gótico, sem esquecer uma boa dose de humor, apresentando a eterna guerra entre ricos e pobres.
E para quem não conhece ou acompanha o trabalho da banda, deixamos as palavras do jornalista Paulo André Cecílio no artigo que publicou no SAPO24 aquando do concerto de celebração dos 30 anos dos Moonspell:
"Trinta anos depois, já praticamente não há black metal na sonoridade dos Moonspell. A banda soube reinventar-se, uma e outra vez. Abraçou o gótico, ao início (com “Wolfheart” e “Irreligious” à cabeça), experimentou no final dos anos 90, virou de milénio com a bandeira do metal bem erguida, e bem ao lado da bandeira portuguesa. Nunca os Moonspell tiveram vergonha de serem portugueses, e nunca ninguém fez mais que os Moonspell, dentro desse espetro gigante onde o peso e o negro alimentam corações e gerações, além-fronteiras. Talvez só Amália Rodrigues e os Madredeus estejam à sua frente, e só o estão porque o fado, lá fora, é exótico. Chegaram aos topes de países como a Alemanha, Finlândia, Bélgica, até Estados Unidos. Atuaram em três continentes, faltando-lhes apenas África e a longínqua Oceânia. Fizeram amigos de respeito, como os Rotting Christ, os Tiamat, os Behemoth, os Kreator ou os Cradle of Filth – tudo nomes que um fã de metal tão bem conhece, tudo nomes que deram os parabéns aos Moonspell, num vídeo exibido pouco antes do início deste concerto no Coliseu dos Recreios, pelos trinta anos de carreira".
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