Consagração de Lady Gaga?

A noite de domingo pode selar o destino de Assim Nasce uma Estrela (2018), o terceiro remake de um filme de sucesso de 1937, que compete em cinco categorias dos Globos de Ouro, incluindo a de Melhor Filme (Drama) e de Melhor Atriz (Lady Gaga). A cantora também foi indicada na categoria de Melhor Música com "Shallow", que interpreta com seu o parceiro de tela, Bradley Cooper — que assume também a realização do filme.

No caso de vitória nos Globos, o filme irá colocar a estrela pop na órbita da galáxia dos Óscar, cujas nomeações serão anunciadas a 22 de janeiro.

Vice e a divisão da crítica

Vice (2018) é um filme biográfico do vice-presidente norte-americano Dick Cheney. Realizado por Adam McKay (A Queda de Wall Street, 2015), o filme lidera a lista dos mais nomeados com seis distinções. Porém, desde que foi exibido à crítica, a opinião nunca foi muito consensual: uns gostaram, outros nem tanto. Portanto, a questão que agora se coloca é: será que isso o vai prejudicar nos Globos de Ouro?

Contudo, apesar da ambiguidade opinativa, a performance de Christian Bale, irreconhecível em Dick Cheney, é unânime. Tanto assim foi que muitos daqueles que o criticaram, fizeram-no porque este tende a pender demasiado na caracterização e transformação da personagem que lhe dá nome.

O filme, que trata de temáticas pesadas e às vezes trágicas em tom burlesco, está presente na categoria de "Filme de Comédia ou Musical".

No entanto, ainda que tenha mais nomeações, enfrenta pesos pesados como A Favorita (2018) do grego Yorgos Lanthimos, Green Book — O Guia para a Vida (2018) com Viggo Mortensen e Mahershala Ali, e ainda O Regresso de Mary Poppins (2018) de Rob Marshall e que conta com Emily Blunt no principal papel.

Roma, aquecimento para o Óscar?

Disponível na Netflix, o último filme de Alfonso Cuarón (Roma2018) recorda a sua infância num bairro da Cidade do México. Rodado quase na totalidade em espanhol, não pode competir na categoria de "Melhor Filme de Drama".

Porém, muitos acreditam que vai ganhar o Globo de Ouro para "Melhor Filme Estrangeiro" e que o cineasta mexicano, vencedor do Óscar por Gravidade (2013), irá também vencer a distinção na categoria de "Melhor Realizador".

E, caso se veja confirmado o seu favoritismo, Roma pode partir com alguma vantagem na corrida para os Óscares.

Os antigos e os modernos

Todavia, os Globos de Ouro também celebram a televisão; desta feita com uma estranha mistura de novidades e déjà vu. Concorrem séries lançadas já no fim do ano tendo em vista os prémios e outras, mais antigas, já galardoadas e conhecidas do grande público.

Assim, The Marvelous Mrs. Maisel (2017), que triunfou nos Emmy (a segunda temporada já está disponível na Amazon) vai concorrer com Homecoming (2018), com Julia Roberts, e O Método Kominsky (2018), série da Netflix com Michael Douglas e Alan Arkin.

Desafio das audiências

Será que os apresentadores da noite, Sandra Oh (Anatomia de Grey, Killing Eve) e Andy Samberg (da série Brooklyn Nine-Nine) vão conseguir assegurar o espetáculo e salvar um formato televisivo em declínio?

Na era das redes sociais, as cerimónias intermináveis (três horas, intercaladas com anúncios publicitários) estão cada mais longe das preferências dos espetadores. Especialmente quando se vivem tempos em que muitos se contentam em consultar as listas finais ou a ver trechos de vídeos selecionados na Internet sobre aquilo que mais lhe desperta interesse.

A edição de 2018 dos Globos de Ouro contou teve apenas 19 milhões de telespectadores nos Estados Unidos. Em setembro, os Emmy Awards estiveram abaixo das expetativas, atraindo apenas 10,2 milhões de pessoas, o pior resultado da sua história.

No entanto, Sandra Oh e Andy Samberg prometeram uma festa mais rica em piadas do que discursos militantes, como os que marcaram a edição anterior, em plena agitação do caso Weinstein.

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