"Ele começou, nós queríamos terminá-lo", disse à AFP a artista e referência musical americana Laurie Anderson, que foi a sua companheira e terceira esposa durante 20 anos e permaneceu ao seu lado até à sua morte em 2013, aos 71 anos.

"The Art of the Straight Line" ("A arte da linha reta", em tradução livre) reúne pensamentos, conversas e meditações do ex-líder da mítica banda nova-iorquina The Velvet Underground — conhecida pelo seu rock cru e poético —, que relata as suas três décadas de prática de tai chi, frequentemente descrito como uma ginástica lenta que alivia o stress e a ansiedade, segundo os seus mestres e discípulos.

O livro lança luz sobre a vida e personalidade do músico, nascido em março de 1942 no distrito de Brooklyn, em Nova Iorque, que levou a vida pelos dois extremos e faleceu em 2013 devido a complicações resultantes de um transplante de fígado.

Com The Velvet Underground, Lou Reed lançou o rock ao mundo da arte gráfica contemporânea e extraía as suas letras de uma realidade vivida entre as drogas e o sexo. "The Velvet Underground and Nico", lançado em 1967 e produzido por Andy Warhol, combinou arte pop — com a famosa banana na capa do disco — e um som ácido e vanguardista.

"Quero mais que uma vida cheia de glória e discos de ouro (...) Quero amadurecer como um guerreiro", escreveu o música em 2009, numa fase da vida mais tranquila.

"Quero o poder e a elegância que nunca tive a oportunidade de aprender. O tai chi conecta-te com a força invisível, sim, do universo. Muda a tua energia e o teu espírito", ressaltou o seguidor da técnica de meditação.

A estrela do rock trabalhou com o mestre Ren Guang Yi durante muito tempo, estudando e praticando durante várias horas por dia quando não estava em digressões.

A publicação dos textos de Reed sobre a sua amada prática foi uma progressão natural que seguiu as suas décadas de promoção dos seus benefícios.

Segundo Laurie Anderson, que tem hoje 75 anos, Lou Reed começou a praticar tai chi na década de 1980 quando usava drogas assiduamente, incluindo heroína, uma etapa que descreve com enorme franqueza na sua canção "Heroin".

"Não era o melhor momento para começar, porém há algum mau momento para se começar?", sussurra Laurie Anderson com suave ironia, referindo-se a um homem "muito decidido" sobre a sua prática de tai chi.

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