Sob o tema “O outro”, o festival regressa este ano à vila com 32 escritores nacionais estrangeiros a protagonizarem 16 mesas de discussão em que se discutirão, entre outros, temas como a cor da pele, a violência de Estado, a liberdade de expressão, guerras, revoluções, o fim das democracias, uma Europa de migrantes e o sentimento de pertença a um lugar.

Segundo o programa a que a agência Lusa teve acesso, a escritora Leïla Slimani vai conversar com o autor Juan Gabriel Vasquez, a jornalista Isabel Lucas vai dialogar com Itamar Vieira Júnior, enquanto Jeferson Tenório falará com Paulo Scott.

O historiador e ex-deputado Fernando Rosas vai conversar com Lilia Schwarcz, o norte-americano Richard Zimler com a britânica nascida na China Jung Chang e Mário Lúcio falará com Mário de Carvalho.

Ainda segundo o programa, Alberto Manguel vai estar com Pedro Mexia, Ricardo Araújo Pereira com Dulce Maria Cardoso, João Paulo Borges Coelho com Ana Margarida de Carvalho, Ana Luísa Amaral com Amália Bautista, Tatiana Levy com Giovana Madalosso, Cláudia Andrade com Luís Cardoso, Ece Temelkuran com Daniel Innenarity, Ilja Leonard Pfeiffer com Davide Enia, Bruno Vieira do Amaral com Maria Antónia Oliveira e, a fechar, Daniel Sampaio estará à conversa com um autor ainda a designar.

O Folio Ilustra, que tem como pontos altos a “PIM! Mostra de Ilustração Para Imaginar o Mundo” e a entrega do Prémio Nacional de Ilustração, promoverá também conversas entre autores e o público, estando confirmadas as participações de Andreia Brites, Rita Pimenta, Sandy Gageiro, David Machado, Madalena Moniz, Ricardo Ladeira, Maurício Vieira, Jonathas Martins, Patrícia Portela e o escultor José Aurélio.

No capítulo da Folia, o cartaz, da responsabilidade da Fundação Inatel (parceira da organização), conta nesta edição com Ana Lains, Galandum Galundaina, Dead Combo, Maria Monda, Luta Livre, Mário Lúcio e Teresa Salgueiro, A Garota Não, Stereossauro e Diabo a Sete.

À Folia junta-se a Boémia que levará espetáculos musicais, leitura de poemas e DJ a espaços como o jardim do Espaço Ó, jardim do Solar da Praça de Santa Maria e Museu Municipal.

No que toca a exposições, além da “PIM”, o Folio apresentará mais nove, como “Flexágono. Faces da banda desenhada contemporânea portuguesa”, Jean Moulin em Portugal ou “Diário das Nuvens”, de João Francisco Vilhena, entre outras.

Lançamentos de livros, oficinas de escrita criativa, ‘masterclasses’, conversas com escritores e a apresentação do Curso de Turismo Literário (do Turismo de Portugal), são algumas das propostas avançadas pelo Folio +.

O Folio Educa voltará a ser palco do seminário internacional, este ano dedicado ao tema “Projetar uma educação em rede” e que abordará os desafios e oportunidades da transição para o digital, quer ao nível da leitura quer da educação e do ensino.

Ana Sofia Godinho, do setor de Educação da Câmara Municipal, estreia-se este ano como curadora do Folio Educa, em substituição de Maria José Vitorino.

Nos restantes capítulos do festival mantém-se a curadoria da jornalista Ana Sousa Dias, no Folio Autores, em conjunto com Pedro Sousa, da Sociedade Vila Literária.

A Folia fica, tal como na edição anterior, sob a responsabilidade da empresa municipal Óbidos Criativa e da Fundação Inatel. Por último, o Folio + fica a cargo da Livraria Ler Devagar, gerida por José Pinho.

O Folio teve a sua primeira edição em 2015, num investimento de meio milhão de euros, comparticipados por fundos comunitários.

Palco de lançamentos de livros, debates, mesas redondas, entrevistas, sessões de autógrafos e conversas, entre escritores e leitores, o Folio passou no ano seguinte a ser suportado pela autarquia que, para este ano, prevê um orçamento próprio de 256 mil euros.

Prémio Literário Fernando Leite Couto lançado no Folio 

A primeira edição do Prémio Literário Fernando Leite Couto vai ser lançada em Óbidos, durante o Festival Literário Internacional, visando promover jovens escritores dos países de língua oficial portuguesa.

O Prémio Literário Fernando Leite Couto resulta de uma parceria entre a fundação com o mesmo nome (criada pelo pai do escritor Mia Couto, em Maputo), a Câmara de Comércio Portugal Moçambique (CCPM) e a Câmara Municipal de Óbidos, “com o objetivo de promover e premiar jovens escritores moçambicanos e a produção de obras os países de língua oficial portuguesa”, disse à agência Lusa a técnica da autarquia responsável pelo Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, Paula Ganhão.

O prémio será lançado no último dia do festival, num momento da programação que contará com a presença de Mia Couto, escritor que presidirá ao júri que escolherá, entre as candidaturas que vierem a ser recebidas, as obras vencedoras.

O vencedor do prémio, que terá um valor monetário ainda não revelado, terá a respetiva obra impressa pela CCPM e ganhará uma viagem a Portugal para participar no Folio e realizar em Óbidos uma residência literária.

“A residência deverá durar cerca de um mês, em que o escritor poderá desenvolver a criação literária e participar em projetos com a comunidade, que poderão ser ao nível de iniciativas nas escolas, nos centros de terceira idade, ou outras”, disse Paula Ganhão.

Durante a sua permanência em Óbidos o escritor terá ainda direito a uma bolsa monetária de 500 euros.

Entre as novidades desta edição do Folio a organização destaca ainda, no âmbito da programação da Fundação Gulbekian, parceira do festival, o lançamento da coleção completa de obras do filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço, que morreu no dia 01 de dezembro de 2020, com 97 anos.

O percurso daquele que é considerado um dos maiores pensadores portugueses estará em destaque no penúltimo dia do festival, na programação do Folio Mais, no âmbito da qual Guilherme Oliveira Martins e José Carlos Vasconcelos serão oradores na mesa “Eduardo Lourenço: uma obra a ler e a estudar”.

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