“Amanhã [quarta-feira] estreamos os ‘Homens Hediondos’, que é a nossa segunda produção. É uma encenação da Patrícia Portela, uma dramaturgia da Patrícia Portela. E temos várias estreias de coprodutores, seja do TEP [Teatro Experimental do Porto], com o ‘Processo Revolucionário em Curso’, seja com o Teatro do Bolhão com a sua apresentação do ‘Amor de Perdição’, seja uma produção própria que é o ‘Pelicano'”, afirmou o diretor artístico do Teatro Nacional de São João (TNSJ), Nuno Cardoso, que vai interpretar o monólogo “Homens Hediondos”.
A peça “Homens Hediondos” é um monólogo, “e o que Patrícia Portela fez foi como aquelas embalagens daqueles sumos com polpa que se compram no supermercado”, explicou aos jornalistas Nuno Cardoso, à margem da conferência de imprensa da apresentação da programação para os próximos quatro meses do TNSJ, que se realizou esta tarde.
“Patrícia fez a embalagem com a polpa dos homens hediondos e, portanto, há-se ser o que Deus quiser”, sintetizou o diretor artístico, explicando que homens hediondos “somos todos nós”.
“Sou eu quando tenho medo de alguém à noite ou quando digo uma coisa disparatada sobre outra pessoa que não conheço, é a senhora quando de repente está no ‘corte e costura’, somos todos nós. […] Somos uma fila indiana, temos os defeitos às costas, as virtudes ao peito e não conseguimos sair disso e, portanto, hediondos somos todos. Não há santos. Há alguns seres excecionais, tipo Mandela, mas se fizer um exercício sobre o século XX só precisas de uma mão”, lamentou o diretor artístico do TNSJ.
A nova produção do TNSJ fica em cena até ao dia 14 e, cinco dias depois, o Teatro Carlos Alberto (TeCA) acolhe mais uma estreia que é uma coprodução: “RE: Antígona”, um espetáculo do Teatro Praga, com texto original de André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes, que fica em cena de 19 a 22 de setembro.
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