O Teatro Camões encerrou em julho do ano passado para preparação das obras de reabilitação, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), com término inicialmente previsto para abril deste ano, entretanto adiado, e a nova previsão de conclusão aponta para o final de julho, segundo fonte da Companhia Nacional de Bailado (CNB).

De acordo com um comunicado da companhia, as obras – com um valor global de 5.894.175 euros -, estão marcadas para começar na segunda-feira, com um conjunto de intervenções, nomeadamente a recuperação geral da cobertura e envolvente, e a requalificação e modernização de equipamentos técnicos de cena, de climatização e iluminação.

Contactada pela agência Lusa sobre a data estimada do fim das obras e reabertura do Teatro Camões, a presidente do conselho de administração do Organismo de Produção Artística (Opart), Conceição Amaral, respondeu por ‘e-mail’ afirmando que “a totalidade da intervenção, prevista para acabar em abril de 2024, tem neste momento, e fruto da necessidade de lançamento de novo concurso público, o prazo de entrega no final de julho de 2024”.

“O anúncio feito em fevereiro do ano passado de que o encerramento do Teatro Camões ao público para início do processo de obra ocorreria em julho foi cumprido. A seguir a esse encerramento e conforme cronograma interno houve, em agosto e setembro, a desinstalação das pessoas e equipamentos do Teatro Camões e instalação noutros locais. O que decorreu normalmente”, relata a presidente do Opart, entidade que gere a CNB, o Teatro Nacional de S. Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa.

No entanto, “o lançamento do concurso público limitado por prévia qualificação”, publicado em Diário da República a 22 de maio do ano passado, “ficou sem provimento dado não ter havido empresa concorrente que cumprisse os requisitos do concurso público”.

Em consequência, o procedimento “foi extinto” a 16 de junho de 2023, e lançado um novo concurso público a 19 de junho, recorda a responsável.

“Só com a empresa selecionada e vencedora do concurso (em final de agosto) foi possível assinar contrato em início de outubro e submetido o mesmo ao visto do Tribunal de Contas – processo legal obrigatório. Todo o processo legal de licenciamento e outros a que uma obra está sujeita correu de forma normal e apenas em janeiro decorreu o auto de consignação e restantes formalidades aprovadas que permitiram entrar em obra”, acrescenta Conceição Amaral sobre os passos do processo.

Nas obras de requalificação do Teatro Camões também está prevista a reabilitação das áreas de trabalho da CNB, a construção da sala de recuperação e manutenção física e a sala de descanso para bailarinos, assim como a requalificação da área de acolhimento ao público, nomeadamente a instalação de uma loja.

Desde setembro do ano passado que a CNB tem levado espetáculos a diferentes pontos do país, e desenvolve o seu trabalho diário das diferentes equipas nos Estúdios Victor Córdon e no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, deixando o Teatro Camões desocupado para as obras no edifício.

O início das obras no quadro do PRR será assinalado com uma visita ao Teatro Camões, às 10:00, que contará com a presença do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, da secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, e de Conceição Amaral, para informação genérica sobre a intervenção e cronograma da obra.

Ainda segundo a CNB, o último programa da temporada 2023-2024 está previsto ser apresentado a 23, 24 e 25 de maio, no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada – com peças dos coreógrafos Shechter, Wellenkamp e Naharin -, seguindo depois em digressão para o Porto, nos dias 30 e 31 de maio e 1 de junho, e Aveiro a 21 de junho.

O último espetáculo previsto, a 28 de junho, será apresentado em Bayonne, em França, com uma obra criada para a CNB pelo coreógrafo Fábio Lopez e estreada em março de 2023 no Teatro Camões, “Avant Qu’il N’y Ait Le Silence”.