A investigadora Paula Morão, que presidiu ao júri que distinguiu o poeta português, e que hoje usará da palavra, disse à agência Lusa, em junho do ano passado, quando foi conhecido o vencedor, que era uma distinção “justíssima”.

“Penso que faz todo o sentido e que o Prémio Camões é uma referência fundamental para a obra de Manuel Alegre. Considero o prémio justíssimo e adequado, pelo escritor e pela figura cívica que ele é”, disse Paula Morão.

A especialista em literatura lembrou, na ocasião, que vários dos poemas de Manuel Alegre são conhecidos do povo português e já foram adaptados musicalmente por artistas consagrados como Amália Rodrigues, Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, Luís Cília, António Portugal, Janita Salomé, entre outros.

Na cerimónia de hoje, à qual assistirão o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o ex-Presidente da República António Ramalho Eanes, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e o escritor Mia Couto, entre outros, usarão também da palavra o primeiro-ministro, António Costa, e o embaixador do Brasil em Lisboa, Luiz Alberto Figueiredo Machado, além do distinguido.

Manuel Alegre conta com uma carreira literária de mais de 50 anos, paralelamente a uma intervenção cívica e política.

Os livros “A Praça da Canção” e “O Canto e as Armas” marcaram, à partida, o seu percurso político e literário, de combate, contra a censura, contra a guerra colonial e a ditadura do Estado Novo.

“O Canto e as Armas” é “o livro de uma geração, mas também um livro que se prolongou no tempo, enquanto voz de esperança numa pátria livre, e de denúncia da opressão política da ditadura salazarista, da guerra colonial, da emigração e do exílio, a que muitos portugueses, como o próprio poeta, foram condenados”, assinalou o grupo editorial LeYa, em abril do ano passado, quando do lançamento da edição comemorativa dos 50 anos desta obra.

Manuel Alegre foi deputado à Assembleia Constituinte (1975-1976), e nas diferentes legislaturas, até 2009, tendo sido candidato, em 2011, à Presidência da República.

Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de maio de 1936, em Águeda, na Beira Litoral, e estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi dirigente estudantil.

A cerimónia de hoje encerra com a atuação da fadista Maria Ana Bobone que interpretará “Mariana”, “Meu nome é nome de mar” e “Nós as meninas”, poemas de autoria de Manuel Alegre.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.