Em conferência de imprensa, os comissários Marta Almeida, Ricardo Nicolau e Isabel Braga explicaram ter procurado encontrar o que faz da coleção de Serralves “especial”, tendo concluindo que as “muitas obras feitas” especificamente para a instituição são um bom “resumo” da história da fundação criada em 1989 e do Museu inaugurado dez anos depois, em 1999.

“Viagem ao Princípio: Ida e Volta. 30 anos da Coleção de Serralves” vai estar em Serralves até 03 de novembro, com obras de artistas que apresentaram trabalhos especificamente realizados para Serralves como Mathieu Abonnenc, André Cepeda, Hamish Fulton, Runa Islam, Albuquerque Mendes, Charlotte Moth, Maria Nordman, Lygia Pape, Augusto Alves da Silva, Mariana Silva e Simon Starling, bem como de artistas que ali “tiveram importantes exposições", como Pedro Cabrita Reis, Luc Tuymans ou Lothar Baumgarten.

Álvaro Lapa, António Dacosta, Ângelo de Sousa e Joaquim Rodrigo são outros dos criadores presentes na exposição e que estiveram ligados a Serralves desde o início, com obras que “integraram o núcleo constituído pela então Secretaria de Estado da Cultura” e que fazem parte da designada "coleção SEC".

“Acho que esta exposição deve ser encarada como um novo capítulo de Serralves. No aniversário mostramos sempre um capítulo da nossa história e coleção, mas 30 anos depois este é o capítulo da relação forte de Serralves com os artistas”, observou Marta Almeida.

A diretora adjunta do Museu de Serralves lembrou que “o início do Museu foi na Casa de Serralves”, uma meca da Art Deco, porque o espaço expositivo principal da Fundação só ficou concluído dez anos depois da sua criação, pelo que a habitação do segundo conde de Vizela foi “o grande espaço de inspiração” dos trabalhos que vieram a integrar a coleção.

“Quando se conta uma história é sempre desde o princípio. Esta exposição celebra os 30 anos da Fundação e o grande foco são as peças concebidas para espaços de Serralves ou mostradas em grandes exposições de Serralves”, acrescentou Marta Almeida.

A mostra pretende ainda demonstrar “as vivências” que a equipa de Serralves teve com os artistas em causa, “ainda vivos”.

“Viagem ao princípio” é ainda a prova de que uma obra concebida para um contexto “pode ter vivências noutros locais”.

Algumas das obras vão estar nos locais da Casa de Serralves para onde foram concebidas, ao passo que outras vão mudar de sítio.

Ricardo Nicolau, adjunto da direção, lembrou que Vicente Todoli, o primeiro diretor do Museu que durante vários anos “não teve museu” (mas a direção artística da Casa de Serralves), soube “transformar as contingências em vantagens”.

Ao mesmo tempo, quando o Museu foi inaugurado, “continuou a filosofia de lançar projetos específicos para Serralves”, antes de partir para a direção da Tate Modern, em Londres, em 2002.

Em “Viagem ao Princípio: Ida e Volta” vão estar também peças da exposição inaugural do Museu de Serralves, "Circa 1968", que esteve patente durante o verão de 1999.

A mostra inclui peças de Serralves que, de alguma forma, têm um significado e um lugar destacado na génese e na história da coleção e do Museu.

“Esta é uma forma de, simultaneamente, escrever a história de Serralves e sublinhar o seu papel nos percursos dos artistas com quem trabalhou, seja porque fizeram parte do grupo do núcleo seminal de obras reunidas para a constituição do Museu, porque foram produzidas especificamente para Serralves, ou porque a sua primeira apresentação pública ocorreu em Serralves ou porque aí integraram grandes exposições individuais”, refere a instituição numa nota de imprensa.

A exposição vai ter duas extensões, na Câmara do Porto e no Porto de Leixões, ambas a inaugurar até ao fim de julho.

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