Toni Erdmann”, de Maren Ade (na foto), conta a história de um pai que vai, sem aviso, visitar a filha à Roménia. Confrontado com a falta de alegria da filha, refém de um emprego extremamente exigente numa consultora, este decide encarnar uma inusitada personagem, Toni Erdmann. 

“O filme vencedor, uma combinação entre comédia negra e drama hilariante, descreve a relação difícil, carinhosa e por vezes absurda entre uma jovem emigrada e o seu pai. Ilustra de forma comovente como as relações familiares mudam e nos afetam numa sociedade envelhecida e competitiva”, disse Schulz, depois de felicitar a realizadora de “Toni Erdmann”, Maren Ade, e os realizadores dos outros dois filmes finalistas da 10.ª edição do Prémio Lux.

Para Martin Schulz, “este filme não oferece respostas fáceis, mas, entre momentos hilariantes, encoraja-nos a procurar aquilo que devemos proteger e estimar”.

O filme é uma coprodução entre a Alemanha, a Áustria e a Roménia e explora a complexa relação entre um pai e uma filha numa cultura corporativa.

O filme de Maren Ade concorreu ao Prémio Lux [Lux Film Prize] com “Ma Vie de Courgette”, de Claude Barras, e “À Peine J´Ouvre Les Yeux”, de Leyla Bouzid.

O filme de Claude Barras, que recebeu uma menção honrosa, conta a história não de um legume, mas de um rapaz que acredita estar sozinho no mundo depois de perder a mãe. É levado para um orfanato, onde a adaptação é difícil, mas depois aparece Camille…

“À Peine J´Ouvre Les Yeux” de Leyla Bouzid dá-nos a conhecer a vida de Farah, de 18 anos, uma jovem rebelde, que canta numa banda de rock e quer viver a vida a 100 por cento. O problema é que Farah está na Tunísia, no verão de 2010, meses antes da revolução.

Criado em 2007, o Lux Film Prize tem como objetivo promover a produção cinematográfica na Europa.

Este ano foram selecionados 30 filmes candidatos ao prémio, entre os quais “Belle Tourjours”, de Manoel de Oliveira, e com “Tabu”, de Miguel Gomes. Antes, na seleção inicial, figurou também “Cartas da Guerra”, de Ivo Ferreira.

Para a final seguem apenas três filmes, que são legendados em 24 línguas e transmitidos nos 28 países da UE, nos chamados “Lux Film Days”, que decorrem anualmente entre outubro e dezembro. Em Portugal, os finalistas de 2016 já passaram por Vila Real, Braga e Funchal, seguindo-se o Porto e Lisboa.

O filme vencedor é também adaptado para as pessoas com incapacidades visuais ou auditivas e recebe apoio para a sua promoção a nível internacional.

No ano passado, o Lux Film Prize foi atribuído a “Mustang” (França, Alemanha, Turquia e Catar), da realizadora turca Deniz Gamze Ergüven.