O lançamento teste acontece num contexto de tensão entre o Irão e os Estados Unidos, uma vez que o presidente americano Donald Trump ameaça não respeitar o acordo nuclear assinado em 2015 entre Teerão e as grandes potências.
A televisão difundiu imagens do lançamento de "Khoramshahr" e do interior do míssil.
A data do teste não foi comunicada, mas, na véspera, o míssil foi exibido num desfile militar que recordou a guerra espoletada pelo Iraque contra o Irão em 1980.
O anúncio de Teerão coincide com um clima muito tenso entre Irão e Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, ameaça sair do acordo sobre o programa nuclear de 2015, assinado pelo Irão e os cinco principais membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China, além da Alemanha).
O acordo nuclear não proíbe as atividades balísticas por parte do Irão, mas a resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que a ratificou, pede que Teerão não realize testes para desenvolver mísseis elaborados para transportar ogivas nucleares.
Os iranianos afirmam que os mísseis do seu país não foram criados para incorporar ogivas nucleares e que, além disso, Teerão não tem qualquer programa para fabricar armas nucleares.
"O míssil Khoramshahr, de 2.000 km de alcance, pode transportar várias ogivas convencionais para atingir vários objetivos de uma vez", disse o general Amir Ali Hadjizadeh, comandante da força aeroespecial da Guarda Revolucionária, citado pela agência Irna.
O Irão já possui outros dois mísseis, o Ghadr-F e o Sekhil que, com os seus 2.000 km de alcance, podem alcançar Israel, o arqui-inimigo do Irão, e as bases americanas da região.
Na sexta-feira, o presidente iraniano Hassan Rohani afirmou que o Irã se negava a limitar seu programa balístico.
"O míssil balístico que o Irã disparou constitui uma provocação para os Estados Unidos e seus aliados, como Israel, e uma forma de testar as nossas reações", afirmou o ministro em comunicado.
Dissuasão
"Queiram ou não, vamos reforçar as nossas capacidades militares necessárias em termos de dissuasão", declarou Rohani durante o desfile militar. "Não só vamos desenvolver os nossos mísseis, como também as nossas forças aéreas, terrestres e marítimas. Para defender a nossa pátria, não pediremos permissão a ninguém".
O Irão desenvolveu um vasto programa balístico nos últimos anos, que preocupa os Estados Unidos e também a Arábia Saudita, sua principal rival na região, e alguns países europeus como França e Israel, seu grande inimigo.
Teerão argumenta que precisa de reforçar o seu programa balístico para estar em equilíbrio com os outros países da região, principalmente a Arábia Saudita e Israel, que investem milhões de dólares na compra de armas dos países ocidentais, especialmente dos Estados Unidos.
No próximo dia 15 de outubro, Trump tem previsto notificar ao Congresso sobre se o Irão respeita os seus compromissos referentes ao acordo. Se disser que não, o Congresso poderá impor novas sanções contra Teerão.
No entanto, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) assinalou em várias ocasiões que o Irão está a cumprir os seus compromissos.
Trump diz que este lançamento põe em causa o Acordo Nuclear
O teste de um novo míssil de médio alcance por parte do Irão colocou em xeque o acordo nuclear com os Estados Unidos e outras potências, disse este sábado o presidente Donald Trump, que acusou Teerão de ser conivente com a Coreia do Norte.
"O Irão acaba de testar um míssil balístico capaz de chegar a Israel. Estão também a trabalhar com a Coreia do Norte. Não temos muito de um acordo!", escreveu Trump na rede social Twitter.
O teste acontece ao fim de uma semana de diplomacia agressiva na Assembleia Geral da ONU em Nova York, onde Trump novamente acusou o Irã de desestabilizar o Oriente Médio, chamando-o de "Estado desonesto cujas principais exportações são violência, derramamento de sangue e caos".
Os lançamentos anteriores de mísseis iranianos desencadearam sanções e acusações dos EUA de que eles violariam o espírito do acordo nuclear de 2015 entre Teerão e as grandes potências.
O presidente dos Estados Unidos ameaçou declarar o Irão como estando em violação do acordo de 2015, a menos que este seja expandido para punir o Irão pela procura de um programa de mísseis balísticos e pelo patrocínio a grupos militantes estrangeiros.
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