Há um medicamento que é um sucesso de vendas em Portugal. Indicado para o tratamento da diabetes, a verdade é que este fármaco está a ser utilizado pela grande maioria das pessoas para a perda de peso, isto depois de ter ganho fama nas redes sociais, dado que foram muitos os famosos a divulgá-lo como 'fenómeno' na hora de emagrecer.

E este sucesso tem criado vários problemas aos diabéticos, que correm de farmácia em farmácia à sua procura, mas na grande maioria dos estabelecimentos o fármaco está esgotado, o que tem criado muito problemas aos doentes de diabetes tipo 2, escreve esta segunda-feira o jornal Público.

Além de criar, então, os tais problemas a diabéticos, este fenómeno de vendas tem também aumentado de forma desmesurada a fatura que o Estado tem de pagar. Em Portugal, uma embalagem deste semaglutido (nome da substância ativa deste medicamento, cujo nome não é revelado pelo Público) custa 120 euros, mas como é comparticipado em 90% para o combate à diabetes, o mesmo acaba apenas por ter uma despesa de 12 euros a quem apresentar uma receita médica.

"Os dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) são a prova do inusitado sucesso de vendas – só nos primeiros sete meses deste ano o semaglutido já custou 18,2 milhões de euros ao SNS, mais do dobro dos encargos do ano anterior, quando a fatura estatal atingiu 7,5 milhões de euros. Nos relatórios de monitorização do início deste ano, o Infarmed assinalava, aliás, que este era então o medicamento cuja despesa estava a crescer mais", lê-se no Público.

Refira-se que no que respeita a este assunto sobre o aumento da despesa do Estado com medicamentos, e não apenas a este semaglutido, ainda este domingo o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, salientou a necessidade da fatura com fármacos ter que baixar.

"O país não pode suportar um aumento com a fatura do medicamento como aquela que tem ocorrido nos últimos dois anos. Precisamos de um acordo com a indústria que imponha claramente um limite à despesa global do Estado" com os fármacos, adiantou Manuel Pizarro, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1.