Um apanhado dos resultados do dia tem de começar com a medalha de bronze de Fernando Pimenta no K1 1000 metros. Ao contrário de 2016, desta vez a medalha não fugiu.
Era isso que faltava a Fernando Pimenta: a subida ao pódio a solo nos Jogos. Esta é mais uma medalha para a sua coleção, que já são mais de 100 a nível internacional, e que se junta à prata conseguida em K2, em conjunto com Emanuel Silva, nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
Hoje, o pódio foi partilhado com os húngaros Balint Kopasz (novo recordista olímpico, com 3.20,64) e Adam Varga (3.22,431) e, de certa forma, com a sua filha Margarida, já que Fernando Pimenta usou a chupeta da filha enquanto exibia a medalha de bronze ao peito.
A prova foi renhida e o atleta de Ponte de Lima, que concluiu a regata em 3.22,478 minutos, era primeiro aos 250 metros. Feliz por ter dado o seu melhor, assume que queria mais e para já deixa a promessa: “Sei que havia o sonho e a ilusão de que o Pimenta ia ser campeão olímpico. Isto ainda não acabou".
O atleta torna-se assim o primeiro português a conquistar duas medalhas olímpicas desde Fernanda Ribeiro – campeã nos 10.000 metros em Atlanta1996 e bronze em Sydney2000 — e na história olímpica nacional é o quinto a consegui-lo.
[Carlos Lopes alcançou a prata nos 10.000 metros em Montreal1976 e o ouro na maratona em Los Angeles1984; Rosa Mota, na maratona, conseguiu o bronze em Los Angeles1984 e o ouro em Seul1988, e o cavaleiro Luís Mena Silva conseguiu duas medalhas de bronze em desportos equestres, em Berlim1936 e em Londres1948.]
Portugal, que não ‘bisava’ medalhas desde 2008, em Pequim, soma assim a terceira nestes Jogos Olímpicos – à de Fernando Pimenta junta-se o bronze de Jorge Fonseca no judo e a prata de Patrícia Mamona –, igualando as históricas prestações de Los Angeles1984 e Atenas2004.
Mas o 'medalheiro' pode ainda ver um incremento depois de Pedro Pablo Pichardo ter garantido a qualificação para a final do triplo salto.
Foi com um salto de 17,71 metros, ao segundo ensaio, que o atleta bateu a concorrência, fazendo a melhor marca da eliminatória. Pichardo participa pela primeira vez nos Jogos e vai estar na madrugada de quinta-feira entre os doze finalistas.
Continuando com a prestação dos atletas portugueses, Nelson Évora ficou fora da final e disse hoje adeus aos Jogos Olímpicos em lágrimas, depois de três ensaios, dois nulos, que foram condicionados por uma lesão logo ao primeiro salto. Ao segundo salto fez 15,39 metros. Évora já tinha anunciado que esta seria “a última” prova olímpica que disputava, terminando aqui a carreira olímpica.
Tiago Pereira despediu-se também no triplo salto com a marca de 16,71 e deixa Tóquio com um 16.º lugar na sua estreia Olímpica.
Já a velocista Cátia Azevedo apurou-se para as meias final dos 400 metros, graças à sua classificação em terceiro lugar na segunda série das eliminatórias, depois de correr a distância em 51,26 segundos. As meias finais dos 400 metros vão ser disputadas na quarta-feira, a partir das 11:30 (hora em Lisboa).
No lançamento do disco, Francisco Belo, na sua estreia olímpica, ficou em 16.º ao lançar 20,58 metros, falhando assim o apuramento para a final.
A vela trouxe o sétimo diploma Olímpico para Portugal, por Jorge Lima e José Costa, sétimos classificados, que igualaram a melhor prestação portuguesa de sempre em 49er, em Sidney2020.
Na classe 470, os irmãos Diogo e Pedro Costa terminaram a estreia olímpica no 15.º lugar, falhando a ‘medal race’ após um 12.º e 17.º lugar na nona e 10.ª, e últimas, regatas.
Na canoagem, Teresa Portela falhou a final de K1 200 metros na meia-final mais forte – que apuraria quatro barcos e na qual foi sexta, com um tempo de 39,301 segundos, cerca de quatro décimos de segundo mais rápida do que a vencedora da outra série. Com a homónima espanhola, Teresa Portela Rivas e a sueca Linnea Stencils a terminarem no quarto lugar com o mesmo tempo, foram cinco as apuradas para a final. Duas horas depois, no Sea Forest Waterways, Teresa Portela venceu a final B de forma confortável, terminando a sua prestação em K1 200 metros em 10.º lugar. A partir de quarta-feira, começa a disputar a distância K1 500 metros.
Na final de obstáculos, Portugal conta com a cavaleira Luciana Diniz, que com o cavalo Vertigo du Desert, fez o percurso de obstáculos em 85,62 segundos, sem penalizações. A final, com os 30 melhores, está marcada para quarta-feira às 11:00 (fuso horário de Lisboa).
Ao nível internacional, destaque para o regresso de Simone Biles à competição, que na trave conseguiu a medalha de bronze, mas a sua maior proeza terá sido mesmo competir, depois de, na passada na terça-feira, a meio do concurso por equipas, ter anunciado que iria desistir, afirmando: "Tenho de me focar na minha saúde mental". Uma semana depois de se ter retirado, a ginasta de 24 anos, considerada uma das melhores de sempre, soma mais uma medalha ao seu currículo.
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