“Não tenho nenhuma nota disso e nenhuma entidade deve produzir declarações antes da conclusão do inquérito. Se tivesse todas as respostas sobre o cumprimento ou não cumprimento de procedimentos não teria pedido o inquérito. Não faço nenhum comentário e aguardo as conclusões”, disse Eduardo Cabrita em declarações à comunicação social, em Almada, no distrito de Setúbal.

O ministro da Administração Interna referia-se ao alerta feito pela empresa que gere a navegação aérea (NAV), de que os Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) do Porto, Braga e Vila Real “não atenderam” à chamada de busca e salvamento.

O governante garantiu que a discórdia entre o Governo e a Liga dos Bombeiros Portugueses, que suspendeu a informação operacional aos CDOS, não teve efeitos naquela área.

“De maneira nenhuma, naquela área todos os corpos de bombeiros têm reportado, portanto a preocupação que existe em algumas zonas do país, de que alguns corpos de bombeiros deixam de reportar ocorrências, pondo em causa a segurança dos portugueses, não se passa nessa área”, frisou.

O Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito para investigar as circunstâncias que levaram à queda do helicóptero e, para Eduardo Cabrita, só através deste documento será possível perceber o que falhou na comunicação.

“Se eu soubesse tudo o que está a dar como conclusão, não teria aberto o inquérito. Quanto às dúvidas existentes sobre os mecanismos de alerta aguardo as respostas do inquérito”, indicou.

Nesta ocasião, o governante manifestou também um “profundo pesar” aos familiares e amigos das quatro vítimas mortais que resultaram deste incidente.

A queda de um helicóptero do INEM, ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes: dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.

A avaliação preliminar dos destroços indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona, segundo o gabinete que investiga acidentes aéreos.

A aeronave em causa é uma Agusta A109S, operada pela empresa Babcock, e regressava à sua base, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, após ter realizado uma missão de emergência médica de transporte de uma doente grave para o Hospital de Santo António, no Porto.