Em comunicado, a Sonae Sierra e a Mercado Prime, que assumem a concessão do Mercado do Bom Sucesso, referem que a parceria pretende dar uma nova vida aquele espaço, melhorando a sua imagem e operação e requalificando a oferta comercial disponível, garantindo, no entanto, "o estrito cumprimento do caderno de encargos existente".

As necessárias adaptações e melhorias para devolver ao Mercado do Bom Sucesso um papel central na sua zona de influência e comunidade local, aponta o novo concessionário, "serão desenvolvidas em total articulação e diálogo com os lojistas, bem como todas outras partes interessadas, como os arrendatários dos espaços de escritórios e o concessionário do hotel da Música".

De acordo com o comunicado, esta parceria "representa um reforço do compromisso de ambas as empresas com a cidade do Porto", pretendendo colocar "à disposição dos portuenses um local mais atrativo, com uma oferta reforçada na área de ‘food & beverage’ e outros novos serviços, relacionados com as diversas atividades económicas locais".

O projeto "permitirá aumentar o número de visitantes do Mercado do Bom Sucesso e contribuirá para a preservação do património público deste edifício de elevado interesse histórico e arquitetónico, projetado em 1949 pelos Arquitetos Fortunato Leal, Cunha Leal e Morais Soares", acrescenta.

No dia 13 de janeiro, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, revelou que o novo concessionário do Mercado do Bom Sucesso deverá manter a praça da alimentação e retomar a venda de frescos na parte de trás do edifício, como chegou a acontecer aquando da sua reabertura.

O esclarecimento surgiu na sequência da intervenção da deputada do PS Maria João Castro que questionou o executivo, na reunião de câmara, sobre se já tinha dado entrada algum projeto de alteração do projeto para o imóvel classificado como Monumento de Interesse Público.

"Em primeiro lugar, não entrou nenhum projeto de alteração. Se entrar será avaliado naturalmente pelos serviços e será enviado para as entidades competentes na área da Cultura", esclarecia então o autarca.

Em janeiro, em resposta à Lusa, a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), esclareceu que, tratando-se de um Monumento de Interesse Público (MIP), "qualquer alteração infraestrutural no edifício do Mercado do Bom Sucesso está sujeita a parecer prévio, não tendo até àquele momento dado entrada qualquer pedido.

O Mercado do Bom Sucesso foi classificado pelo Ministério da Cultura como Monumento de Interesse Público (MIP) em 25 de janeiro de 2011, no dia em que a autarquia assinou com a empresa Mercado Urbano (subsidiária da bracarense Eusébios & Filhos, SA) o contrato de concessão e requalificação do Mercado do Bom Sucesso.

A autorização da transmissão da totalidade do capital social da Sociedade Mercado Urbano - Gestão Imobiliária, S.A. para a Mercado Prime, estrutura empresarial pertencente ao Grupo Amorim, e a Sonae Sierra foi aprovada em dezembro, com a abstenção do PS e voto contra da CDU, tendo Moreira deixado a garantia de que existem, no caderno de encargos, "salvaguardas suficientes" para impedir que o Mercado do Bom Sucesso venha a ser transformado num supermercado, como avançou o Jornal de Notícias.