“No turno da noite, de acordo com as informações que tivemos até às 07:30, a adesão era superior a 70% nos hospitais do Faial, São Miguel, Viana do Castelo, Aveiro (que está acima dos 90%), em Portimão, Faro e em São José, em Lisboa, por exemplo”, disse José Abraão.

A paralisação nacional começou hoje às 00:00 e prolonga-se até às 24:00 de quinta-feira.

José Abraão adiantou também que nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) e no que diz respeito às urgências, os trabalhadores estão praticamente todos em greve.

“As pessoas estão cansadas da forma injusta como o Estado gere os trabalhadores que têm uns 35 horas de trabalho outros 40 horas. Por outro lado, descongelaram as progressões nas carreiras faseadamente para os contratos de trabalho em funções públicas, mas os que estão a coberto do código do trabalho, contrato individual de trabalho, foram completamente abandonados”, disse.

Por isso, explicou o sindicalista, os trabalhadores pretendem uma negociação de um acordo coletivo de trabalho que proceda ao recrutamento do número de profissionais suficiente para que o trabalho não recaia apenas sobre aqueles que estão que depois tem de fazer trabalho suplementar.

“Alguns trabalhadores têm centenas de horas a crédito que provavelmente nunca mais vão gozar nem receber. Há um conjunto de questões que levou os trabalhadores a dizer ‘basta’”, disse.

Segundo José Abraão, hoje a greve será "muito expressiva, mas na quinta-feira será ainda maior".

“O Ministério da Saúde vai ter de ouvir e, ainda esta semana, reunir com os sindicatos para encontrar uma solução para este conflito”, sublinhou.

A greve de dois dias que arrancou hoje foi convocada pelo Sintap e abrange todos os trabalhadores da saúde, exceto médicos e enfermeiros, dos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, como hospitais ou centros de saúde.

O protesto exige a aplicação do regime de 35 horas de trabalho semanais para todos os trabalhadores, progressões na carreira e o pagamento de horas extraordinárias vencidas e não liquidadas.

Segundo o secretário-geral do Sintap, o sindicato foi convocado para uma reunião na próxima sexta-feira para continuar as negociações do contrato coletivo de trabalho, que já está a ser negociado "há seis anos, sem qualquer tipo de resultados".

O Governo, defendeu, tem de dar "resposta aos problemas, acabar com a precariedade e acabar também com a sobrecarga" de muitos dos profissionais, face à falta de pessoal na maioria dos serviços.

No dia 25 deste mês, trabalhadores do setor da saúde voltam a cumprir um dia de greve, uma paralisação marcada pelos sindicatos afetos à CGTP.

Já na próxima semana, são os sindicatos médicos que têm uma greve de três dias agendada, para os dias 8, 9 e 10.

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